Atrasos nas entregas não abalam aposta da Volkswagen na electrificação. Marca lança ID.5
Depois de ter anunciado o ID. Buzz, a versão eléctrica da icónica carrinha “Pão de Forma”, que chegará ao mercado nacional mais para o final do ano, a Volkswagen apresenta agora o novo membro da sua gama electrificada: o ID.5. Trata-se do primeiro SUV coupé 100% eléctrico da fabricante germânica, que tem uma autonomia de até 536 km e toda uma panóplia de novidades tecnológicas.
O ID.5 é o sexto modelo da gama electrificada ID e consolida a aposta da Volkswagen no segmento dos SUV eléctricos compactos premium. Chegará ao mercado nacional nas versões com sistema de tracção traseira ID.5 Pro (com uma bateria de 128 kW e 174 CV de potência) e ID.5 Pro Performance (150 kW e 204 CV); e na versão desportiva e de tracção integral ID.5 GTX (200 kW e 299 CV). O modelo GTX vai dos 0 aos 100 km/h em apenas 6.3 segundos e atinge uma velocidade máxima de 180 km/h.
«O ID.5 faz parte da nossa estratégia na área da sustentabilidade, que começou em 2020 [com o lançamento do ID3]. É o nosso topo de gama em termos de acabamentos, de capacidade e um modelo que claramente se insere no mercado português, que é muito atento ao detalhe», afirmou ontem Marília Machado dos Santos, directora-geral da Volkswagen em Portugal, durante a apresentação do modelo, na Ericeira.
Em termos de design, o novo modelo caracteriza-se por uma silhueta robusta e musculada, onde salta a vista o pára-choques bifurcardo e os painéis das portas na mesma cor da carroçaria, além do spoiler traseiro desportivo que lhe confere um maior dinamismo e dos faróis LED de série. No interior, é evidente a sensação de espaço na primeira e segunda filas dos bancos, mas destacam-se também os novos displays face às gerações anteriores e o ideal light optimizado – uma faixa à volta do tablier que muda de cor, por exemplo, consoante o nível de carga da bateria.
Ao nível da tecnologia, o Volkswagen ID.5 estreia a nova versão 3.1 do software ID, que agora permite uma maior capacidade de carga (135 kW) face à versão anterior (125 kW), que está equipada em modelos como o ID.3 e o ID.4. De acordo com a marca, o novo software permite reduzir o tempo de carga em até nove minutos, o que significa que o ID.5 pode ser recarregado em 29 minutos e o ID.5 GTX em 36 minutos para os próximos 390 km ou 320 km, respectivamente.
O novo software vem ainda munido de novidades como o Park Assist com funções de memória, que permite que o carro “aprenda” a fazer o estacionamento de forma autónoma num determinado percurso gravado previamente pelo condutor, por exemplo num lote de estacionamento ou no acesso à garagem; e o Travel Assist com dados swarm, que mantém o veículo no centro da faixa de rodagem e apoia o condutor na mudança de faixa na auto-estrada a velocidades superiores a 90 km/h.
O ID.5 chegará ao mercado nacional já esta semana com preços a partir de 51.500 euros.
Estratégia “way to zero” mantém-se
O novo Volkswagen ID.5 vem consolidar a estratégia “way to zero” da marca, que tem como objectivo ser “líder global do mercado de mobilidade eléctrica até 2025, no máximo”. Para tal, nos próximos cinco anos, a fabricante alemã irá investir cerca de 46 mil milhões de euros em mobilidade eléctrica e na hibridização da sua frota, sendo que, desse valor, 18 mil milhões serão aplicados até 2026.
Esta estratégia irá traduzir-se no lançamento de pelo menos um modelo híbrido ou eléctrico por ano, sendo que para 2023 está já previsto o lançamento do ID.7 (o ID.6 já foi lançando, mas não no mercado europeu). O plano a longo prazo da Volkswagen passa por ser uma marca neutra em emissões de carbono até 2050, sendo que o último veículo com motor a combustão deverá sair da linha de produção entre 2033 e 2035.
Durante a apresentação do ID.5, Marília Machado dos Santos enfatizou a estratégia da marca no caminho para a sustentabilidade, mas assumiu também as dificuldades de produção sentidas pela marca este ano, e que são transversais ao sector, devido à falta de componentes. Neste momento, cerca de 20% das vendas da Volkswagen diz respeito a veículos eléctricos, mas os atrasos na produção levam a que os clientes tenham que esperar entre 6 e 10 meses para a entrega dos veículos. Este ano, e até ao momento, a marca entregou à volta de 700 viaturas, o que corresponde a cerca de 10% do volume de encomendas.
«Este ano fica marcado pela pouca disponibilidade de produto. Foi um desafio. É muito difícil gerir as expectativas dos clientes, que não estavam dispostos a esperar 6, 7 ou 8 meses por um carro, mas como a situação é transversal ao sector, hoje o cliente está mais paciente», referiu a directora-geral da Volkswagen em Portugal. Não obstante, a responsável afirmou que a marca estima terminar o ano com uma carteira de encomendas na ordem das 7800 a 8000 unidades, em linha com o ano passado ou até mesmo ligeiramente acima.
Texto de Daniel Almeida