Associação de Turismo de Cascais: Cascais está melhor do que nunca

A pandemia de Covid-19 obrigou a uma paragem no sector do Turismo, mas representou também uma oportunidade para os empresários e destinos que se souberam reinventar para o futuro. É o caso de Cascais que, além das melhores infra-estruturas, apostou na diversificação de mercados e numa estratégia de comunicação mais disruptiva e jovem, focada «na experiência, na natureza e na diversidade concentrada », sublinha Bernardo Corrêa de Barros, presidente da Associação de Turismo de Cascais. E garante que, hoje, Cascais está melhor preparada para responder às necessidades do turista pós-Covid, dos nómadas digitais e dos negócios.


Numa altura em que se debate o Turismo no pós-pandemia, qual o posicionamento de Cascais para o futuro?

O Turismo de Cascais posicionou-se desde o início da pandemia para o que acreditávamos que seria o futuro. Na altura era um pouco de futurologia, mas a paragem a que a pandemia nos obrigou fez-nos escutar, reflectir, observar as tendências mundiais… Fez-nos essencialmente olhar para o futuro.

As tendências eram muito claras relativamente à sustentabilidade, por exemplo, assim como o eram em relação à procura de destinos mais espraiados no território, com uma forte percepção de uma menor pressão turística… pensámos: isto é Cascais!

Desde logo, adaptámos a nossa mensagem, apostámos num posicionamento premium, com uma mensagem clara de sustentabilidade, investindo em diferentes mercados, adaptando às diferentes regras de cada país. Focámos a nossa mensagem na experiência, na natureza, na diversidade concentrada. Costumamos dizer que “Cascais tem tudo menos desportos de neve” e é verdade! Posicionamo-nos como “o melhor sítio para viver um dia, uma semana ou uma vida inteira”.


Há quem defenda que o turismo pós-Covid-19 pode ser melhor do que o turismo pré-Covid-19. Concorda?

Não consigo afirmar que o turismo pós-Covid seja melhor, mas sei que está a ser e será naturalmente diferente, nas mais diversas áreas. As necessidades do turista de hoje são diferentes das necessidades do turista pré-Covid.

O que estamos a observar nesta primeira fase de real abertura é um turista que gasta mais dinheiro, com muita vontade de viver, de sair, de aproveitar a vida, de se sentir livre na busca do que considerava normal. Os números são muito animadores nestes primeiros meses do ano, com gastos médios superiores a 2019, seja no alojamento, seja na restauração. É transversal e estamos a observar este fenómeno não apenas em Portugal.


O que irá mudar no turismo pós-Covid-19 e como é que Cascais se vai adaptar?

Penso que o turismo de negócios terá alterações significativas, mas essencialmente grandes oportunidades para toda a meetings industry. Sabemos que os congressos vão reduzir o número de participantes presenciais, mas que aumentarão o número de participantes online, o que para Portugal é uma grande oportunidade – o leque de congressos a captar aumentou significativamente.

Cascais está a desenvolver uma nova marca, focada no turismo de negócios, juntando diferentes players e equipamentos, tentando assim tirar maior partido desta nova realidade. Acreditamos que, trabalhando em conjunto, conseguiremos atrair mais negócio para Cascais.


O perfil típico do turista que visita Cascais poderá mudar?

O perfil do turista em Cascais tem mudado ao longo dos anos. Cascais tinha um turismo assente numa faixa etária elevada, com gastos significativos no território, mas muito aquém do potencial de um território com estas características.

Não menosprezando o importante lastro que vinha do passado, Cascais foi alterando a sua comunicação, a sua mensagem, apostando numa comunicação mais arrojada, mais jovem, assente num posicionamento diferente, fugindo ao tradicional turismo de sol e mar e apostando na diversidade concentrada. Passámos também a potenciar a comunicação dos eventos internacionais de altíssima qualidade que temos no território, assentes num vasto portefólio de eventos, e conseguimos através destes chegar a um novo público-alvo.


Atendendo ao actual contexto, Cascais poderá reforçar a sua posição como destino favorito dos nómadas digitais?

Os nómadas digitais são uma nova realidade em todo o mundo, o que nos fez dirigir uma campanha específica para este público, que tanto pode contribuir para os destinos e que pode também ajudar na quebra da sazonalidade. Posicionámo-nos como um destino de excelência, cosmopolita, com excelente cobertura de internet, com lifestyle, gastronomia e com espaços de cowork de elevadíssima qualidade, ao nível dos melhores do mundo. Aqui podem trabalhar como se estivessem de férias.

Acresce ainda que Cascais tem uma comunidade de expatriados completamente estabelecida e integrada na sociedade, assim como 18 escolas internacionais.

Em Cascais encontram uma sociedade integradora, pronta a colaborar, cosmopolita e habituada a receber bem. Consideramos cascalenses todos os que escolheram Cascais para viver e estamos prontos a ajudar a construir o seu negócio. Temos um ecossistema empreendedor, uma academia de excelência, não só para dar suporte aos vossos negócios, mas também para poderem recrutar os melhores quadros.


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ste artigo faz parte do Caderno Especial “Turismo”, publicado na edição de Maio (n.º 310) da Marketeer.

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