“As televisões têm um papel a desempenhar!”
Ricardo Florêncio
Director Editorial Marketeer
Editorial publicado na edição de Fevereiro de 2014 da revista Marketeer
Propunha desde já um Pacto de Regime entre os três canais generalistas de televisão, para reduzirem os seus noticiários principais para um máximo de 30 minutos.
A melhor proposta seria que fizessem um pacto entre todas, no sentido de terem um espaço, alargado, para transmitirem notícias positivas. Mas, na impossibilidade deste acordo, ficaríamos pela limitação dos noticiários das 20h00 para um prazo de 30 minutos.
Deste modo, estariam a contribuir decisivamente para que os portugueses não tivessem uma percepção e opinião tão má, tão negativa sobre Portugal e o que se passa no País.
Não será possível atribuir uma responsabilidade específica a alguém. E pouco interessa neste momento fazer essa análise. O que penso ser interessante é vermos como podemos ultrapassar este problema.
E os media, as televisões, nomeadamente os canais generalistas, os mais impactantes para a sociedade civil como um todo, têm um papel muito importante a desempenhar.
É sabida a propensão que os consumidores têm para as notícias negativas. É do conhecimento geral, e os estudos assim o comprovam, que as notícias com carga negativa geram mais buzz e mais audiências que as positivas. E também é um dado que as três estações de TV generalistas lutam por audiências, por captar a atenção dos telespectadores.
Mas estas estações não se podem esquecer que também desempenham um papel na “educação” e na influência do estado de espírito da população. Se derem mais notícias positivas, o clima de confiança aumentará decerto. Agora, se passam o tempo todo a ouvir, ver, ler, notícias de índole negativa…
E como sempre, e agora também, há coisas boas a dar a conhecer, a informar, a divulgar.
Mas nesta guerra fratricida por audiências, por GRPs, por share, enfim, por investimentos, só mesmo um pacto de regime desta natureza poderia ter alguns resultados.