As Marcas e o novo consumo de media
Ricardo Florêncio
Director Editorial Marketeer
Editorial publicado na edição de Junho de 2016 da revista Marketeer
Muito se tem falado sobre o novo consumo de media. Como os tempos actuais e toda a globalização e digitalização alteraram o modo como os consumidores passaram a lidar com a media.
A televisão deixou de ser vista em contínuo. Já não se vê o que está a ser emitido, mas o que se quer ver. Seja em gravações, seja vendo programas que passaram previamente, ou mesmo programas que vão ser emitidos no futuro. E assim, como que é que as pessoas lidam com os intervalos destinados à publicidade? Na rádio, cada vez mais os consumidores constroem a sua própria rádio, seja através do “Spotify” ou outros, seja através de listas de música previamente gravadas ou guardadas. E, mais uma vez, como lida o mercado com a publicidade emitida na rádio? E no que diz respeito à imprensa generalista? Cada vez mais a leitura passou para o digital, onde os consumidores conseguem ter acesso a grande parte da informação e notícias de forma gratuita, e daí as abruptas quedas de vendas de jornais e revistas. E quanto ao próprio digital? A oferta é tão grande, vasta e diversa, que os consumidores espalham-se por inúmeras fontes de informação, com os respectivos problemas individuais de audiências.
Esta situação já está estudada, está diagnosticada. Mas, e então, o que é que as empresas e Marcas estão a fazer para fazer face a esta alteração profunda do consumo de media? Face a estas mudanças, em que os consumidores vêem apenas o que querem, como é que as Marcas estão a dar a volta à questão? Quais os caminhos alternativos, quais as soluções, para continuarem a passar as suas mensagens, os seus valores, as suas campanhas, os seus produtos? Como entrosar, como “agarrar” os clientes, como manter o “engagement” com as Marcas e os produtos? Muitas empresas já estão a trabalhar há muito nestas novas abordagens, mas as constantes alterações dos padrões de consumo levam também a uma contínua procura de soluções e de formas de chegar aos nossos “stakeholders”.
Este já é, e vai continuar a ser no futuro, um dos temas mais apaixonantes e desafiantes destas áreas de Estratégia, Marketing, Comunicação, Gestão de Marcas.