As marcas e o futebol

Ricardo Florêncio

Director Editorial da Revista Marketeer

O futebol é hoje em dia uma das indústrias que conjuga dois factores muito interessantes: movimenta milhares de milhões de euros e, simultaneamente, é extremamente mediática.

Tome-se o exemplo de Portugal, e analise-se o impacto que o futebol tem na nossa comunicação e na nossa sociedade, a quantidade de programas de televisão e rádio à volta do mundo do futebol, os três jornais diários, e o sem-número de blogues e discussões que existem no mundo digital. Tenha-se ainda em conta a importância que o futebol tem para as audiências e todas as suas implicações, com as autênticas guerras dos operadores e canais de televisão para conseguirem os melhores contratos com os clubes, as federações, associações, para as transmissões dos jogos de futebol. O futebol é um espectáculo e, como tal, tem de ser tratado.

Mas nunca nos podemos esquecer o que está por detrás do mundo do futebol, e dos milhares de milhões que movimenta. E uma das componentes essenciais desta equação são as empresas e as marcas. Que pagam esses milhares de milhões para estarem associadas ao mundo do futebol, às diversas competições, aos clubes, aos jogadores. E assim, enquanto o futebol ajudar as marcas nas suas estratégias de posicionamento, na sua proximidade a alguns públicos-alvo, a criar laços de emotividade e paixão, as marcas continuarão a sua aposta no futebol.

E assim não se percebe muito bem, por que são os próprios agentes e intervenientes nesse mundo do futebol a criar problemas e obstáculos. A maioria das notícias e comentários, que circulam actualmente à volta do futebol, têm conotações e cargas bem negativas, e pouco de futebol e do espectáculo em si. Os agentes têm de perceber que toda esta situação levanta sérios problemas às marcas que estão ligadas ao futebol.

Editorial publicado na edição de Abril de 2017 da revista Marketeer

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