As 6 tendências do mercado do bem-estar
Um estudo da McKinsey & Company revelou que 79% dos consumidores assume que o bem-estar é importante e 42% consideram-no uma prioridade. Ciente do crescimento desta área, a consultora elaborou seis tendências para este mercado.
Segundo o estudo “Feeling good: The future of the $1.5 trillion wellness market”,existem seis dimensões a partir das quais os consumidores entendem o conceito de bem-estar: saúde, fitness, nutrição, aparência, sono e mindfulness. E as seis principais tendências do mercado do bem-estar são: produtos naturais, personalização, digitalização, influenciadores, ascensão dos serviços e a difusão das categorias do bem-estar.
Os resultados do estudo permitiram apurar ainda diferentes tipos de perfil: os entusiastas do bem-estar são consumidores com altos rendimentos e que acompanham activamente as marcas e os seus lançamentos nas redes sociais; os socialmente responsáveis preferem marcas sustentáveis e estão dispostos a pagar mais por essas características; os consumidores conscientes com o preço acreditam que os produtos de bem-estar são importantes, mas tendem a comparar características e benefícios antes da compra, para conseguir a melhor oferta; os consumidores fiéis mantêm as suas rotinas com marcas que conhecem; e, por último, os participantes passivos não seguem activamente marcas ou novos produtos.
A recuperação dos níveis de consumo após a pandemia, o interesse na indústria do bem-estar tem vindo a aumentar, verificando-se um aumento da oferta de produtos e serviços, assim como da competitividade do sector. O mercado global do bem-estar está avaliado em cerca de 1,3 mil milhões de euros, registando um crescimento anual de 5 a 10%.
A McKinsey descobriu que os entusiastas do bem-estar e os socialmente responsáveis são aqueles que mais gastam em produtos e serviços de bem-estar, por oposição aos fiéis e participantes passivos, que gastam menos em relação a outros grupos.
Eis as seis tendências em torno do mercado de bem-estar.
1. A supremacia dos produtos naturais. Os consumidores revelam uma preferência crescente por produtos naturais numa variedade de áreas: cuidados de pele, cosméticos, vitaminas, alimentação, entre outros. Uma percentagem significativa dos consumidores em todo o mundo afirmou que escolheria produtos naturais ao invés de produtos mais eficazes, no que diz respeito a suplementos dietéticos e cuidados de pele. Face a esta tendência, as empresas devem avaliar a possibilidade de introduzir mais produtos ou linhas de produtos naturais;
2. Mais personalização. Apesar de a privacidade ainda constituir uma preocupação, uma grande parte dos inquiridos sente-se confortável em trocar a mesma por uma maior personalização. Uma potencial estratégia para empresas assenta no desenvolvimento de esforços de marketing direccionados aos segmentos de consumidores que são mais propensos a estar interessados nos seus produtos, apostando em mensagens e storytelling adequado a estes consumidores. Por outro lado, também podem considerar introduzir ofertas personalizadas ou semi-personalizadas ao seu portefólio;
3. O futuro é digital. Prevê-se crescimento contínuo do e-Commerce em relação a outros canais nos próximos anos. Ainda assim, os canais tradicionais manter-se-ão relevantes em determinadas categorias de produtos, tais como multivitaminas ou cuidados de pele. As empresas devem apostar na criação de uma experiência omnicanal e ofertas digitais que lhes permitam chegar aos consumidores onde eles estão;
4. A importância dos influenciadores. Nos Estados Unidos, Europa e Japão, 10 a 15% dos respondentes manifestam que seguem influenciadores e que já fizeram uma compra com base nas recomendações de um influenciador. As empresas devem considerar como podem usar os influenciadores para criar uma conexão autêntica com os consumidores, procurando associar-se a agências que permitam identificar aqueles que têm um perfil alinhado com as suas marcas;
5. A ascensão dos serviços. Esta tendência reflecte-se em todos os países estudados – os consumidores são cada vez mais propensos a usufruir de serviços que satisfaçam as suas necessidades físicas e de saúde mental, tais como personal trainers, nutricionistas, ou serviços de aconselhamento. De modo geral, as empresas podem considerar apostar em ofertas complementares aos seus produtos e serviços, de modo a promover uma maior conexão com o consumidor;
6. As linhas que separam as categorias de bem-estar estão a esbater-se. A maioria dos consumidores revela que não pretende uma única solução ou marca para ajudá-los com todas as facetas do bem-estar, pelo que uma abordagem assente em extensões direccionadas pode ser uma opção mais eficaz. As empresas devem avaliar oportunidades de fusões e aquisições para se introduzirem em mais categorias do ecossistema do bem-estar, garantindo que qualquer aquisição tenha um racional estratégico claro.