
Artigo Incompleto de Marketing Digital
Por Rodrigo Gralheiro, Head of Digital Brand NOS
As equipas de marca e vendas, ou awareness e performance, estão de costas voltadas e não deviam. É um desafio, para os que ainda acham que não é um problema, e a sua resolução parece-me que está em começar pelo meio.
Confuso? É natural, porque é no meio que os consumidores também ficam confusos. É aqui que tomam decisões, é aqui que decidem a compra e não estamos a dar-lhes a devida atenção, ao consumidor e ao meio. Ao meio do funil. O Nick Law concorda: “top is making beautiful things that no one sees, and the bottom is making ugly things that no one can avoid (…) customers are in the middle, trying desperately to understand”. E se ele concorda, é melhor prestarmos atenção.
O primeiro passo é, ao contrário de mim, deixar de pensar num funil. Isto não são vindimas nem uma transfega, era bom. O processo não é linear. É de avanços e recuos, de pesquisa online e física, de opiniões de familares e leitura de reviews de estranhos. É mau para o modelo de atribuição mas é a vida.
O meio é e está confuso, a Google chama-lhe “messy middle”. Os consumidores estão sobrecarregados com conteúdos dispersos e muitas vezes incoerentes. Resolver o meio é pensar nas pessoas, é ser claro e transparente e falar do produto, não maquilhar o produto.
A Apple é a grande marca do Think Different, mas também é a marca do “10,000 songs in your pocket” ou do “There’s an app for that”. Uma abordagem de produto para começar a resolver o meio, sem medos.
Perguntem-se quantas coisas fizeram nos últimos meses (anos!) que diziam: “Eu sou assim”, “Eu tenho isto para ti” ou “Compra-me”, “Compra-me”, “Compra-me”, “Já te disse para me comprares…” e as que respondiam de forma clara em push ou pull: “Porque é que precisas disto”?
Andamos às voltas com o princípio e o fim, mas fazer com que o consumidor deixe de andar às voltas no meio é o que falta para uma estratégia digital completa.