Apple recruta CEO da Burberry
Quando chegou à Burberry, Angela Ahrendts iniciou uma revolução silenciosa. Alterou forma de funcionamento, fez-se ladear de um director criativo e conseguiu aumentos das vendas a dois dígitos. Agora, sete anos depois de ter abraçado a liderança da icónica marca londrina, Angela Ahrendts está de saída para os quadros da Apple. Uma mudança de gigante para uma casa onde ficará com a responsabilidade pela expansão das lojas de retalho da Apple em todo o mundo. «A Burberry está em grande forma», disse a executiva norte-americana em comunicado, após anunciar a sua saída, sublinhando: «Hoje, a Burberry não é só uma grande marca, mas uma grande empresa».
A mudança deverá ocorrer em meados de 2014, com a gestora a assumir a função de vice-presidente senior e a reportar directamente a Tim Cook, CEO da Apple, anunciou hoje a fabricante do iPhone. Tim Cook, o líder da Apple, fez questão de elogiar a nova contratação, considerando que Angela Ahrendts «demonstrou ser uma líder extraordinária em toda a sua carreira».
A Burberry, que apresentou um aumento de 17% das vendas na primeira metade do ano, anunciou que Angela Ahrendts será substituída pelo director criativo Christopher Bailey, que irá acumular os dois cargos.
De acordo com a agência Bloomberg, durante o tempo em que Angela Ahrendts esteve ao leme da Burberry, aproximadamente oito anos, as vendas do grupo mais do que duplicaram para cerca de dois mil milhões de libras (2,36 mil milhões de euros) e as acções mais do que triplicaram.
Recorde-se que a decisão da Apple de contratar Angela Ahrendts acontece apenas três meses depois de a empresa da maçã ter contratado Paul Deneve, antigo CEO da marca de luxo francesa Yves Saint Laurent, para trabalhar nalguns “projectos especiais”.
Após o anúncio da saída de Angela Ahrendts, as acções da Burberry chegaram a cair 6,2% na bolsa de Londres.
Um crescimento de luxo
A marca de luxo britânica anunciou hoje que as vendas no retalho aumentaram 17% no primeiro semestre do ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Já as vendas comparáveis – apenas tendo em conta as lojas abertas há pelo menos um ano – subiram 13%, impulsionadas pelo crescimento a dois dígidos em mercados como Ásia-Pacífico, Europa, Médio Oriente, Índia e África, revelou o grupo em comunicado.
As receitas totais cresceram 14% para 1,03 mil milhões de libras (cerca de 1,21 mil milhões de euros).