Após polémica, Zara retira imagens de campanha

A mais recente campanha da Zara, que apresenta uma colecção de casacos premium com preços bastante acima dos normalmente praticados pela marca espanhola (entre os 200 e os 500 euros), está a dar que falar. Tudo se deve ao facto de alguns internautas terem encontrado semelhanças entre o cenário da sessão fotográfica e a situação actual vivida em Gaza.

Em algumas das fotos de “The Jacket”, a modelo Kristen McMenamy surge rodeada de entulho, assim como de manequins envoltos em plástico branco e outros sem pernas ou braços. De acordo com a Zara, a campanha tinha como objectivo fazer lembrar o estúdio de um escultor. Porém, muitos acharam que o timing de lançamento foi infeliz e insensível, dadas as imagens que têm surgido da destruição em Gaza, decorrente do conflito entre Israel e o Hamas.

Vários activistas apelaram ao boicote à marca e começaram a organizar protestos em frente às lojas da marca do Grupo Inditex. Em resposta, a Zara retirou a campanha do ar e lançou um comunicado nas redes sociais onde explica que este trabalho foi criado em Julho deste ano e fotografado em Setembro, antes do início do conflito, que começou a 7 de Outubro.

“Infelizmente, alguns clientes sentiram-se ofendidos com estas imagens, que já foram removidas, e viram nelas algo muito distante daquilo que era suposto significarem quando foram concebidas. A Zara arrepende-se deste mal-entendido e volta a reiterar o maior respeito por todos.”

 

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Em Portugal, na madrugada desta quarta-feira, activistas pró-Palestina e solidárias com o Coletivo pela Libertação da Palestina pintaram a loja da Zara na Rua Santa Catarina, no Porto, com tinta vermelha e mensagens de repúdio face à nova campanha publicitária.

Em comunicado, afirmam que “esta campanha não é um mal-entendido e muito menos um acidente isolado, ao contrário do que a empresa anunciou. É, sim, o resultado de anos de declarações sionistas e acções que atentam contra a justiça e autodeterminação do povo palestiniano por parte de oficiais da Zara e da Inditex”.

Exigem ainda que “a Zara e o grupo Inditex cancelem todas as relações comerciais com o estado sionista ou empresas israelitas”, o “boicote, desinvestimento e sanções a todas as organizações cúmplices com a ocupação” e “o fim da ocupação da Palestina e a autodeterminação do seu povo”.

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