APIGRAF critica exclusão dos livros dos supermercados: «É uma decisão não fundamentada, errada»

A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) não é o único organismo a criticar a exclusão dos livros da lista de bens essenciais à venda nos supermercados. Também a Associação Portuguesa das Indústrias Gráficas e Transformadoras de Papel (APIGRAF) apresenta hoje o seu descontentamento relativamente ao facto de os estabelecimentos de comércio a retalho não poderem vender livros a partir desta segunda-feira, dia 18.

«Com que fundamento se toma uma medida que claramente afecta toda uma cadeia de valor, na qual se incluem as empresas gráficas produtoras de livros, sem qualquer benefício aparente?», questiona José Manuel Lopes de Castro, presidente da APIGRAF.

O responsável refere, em comunicado oficial, que não serão razões relacionadas com o papel, uma vez que o vírus não permanece neste suporte por muito tempo, nem com a possível desconsideração da leitura, já que a Ordem dos Psicólogos indicou que a leitura de livros pode ser uma ferramenta de combate à fatiga pandémica.

Também não serão razões económicas relacionadas com o encerramento das livrarias durante o novo Estado de Emergência, segundo refere José Manuel Lopes de Castro: «Basta pensar na oferta online para perceber a ineficácia, com o prejuízo de nesta o consumidor ser direccionado para o que o algoritmo utilizado esteja parametrizado para lhe oferecer.»

Por não considerar que haja fundamento lógico para esta decisão, «a Apigraf, associação que representa as indústrias gráficas e transformadoras do papel, manifesta o seu veemente repúdio por esta medida», embora compreenda os desafios que a gestão desta crise encerra, bem como o potencial de erro.

«Mas não haja dúvidas: esta é uma decisão não fundamentada, errada e com um forte impacto numa das mais transversais áreas industriais de suporte à economia. E é próprio das pessoas inteligentes reconhecer os erros e corrigi-los», conclui o presidente.

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