Apenas 29,6% dos portugueses faz compras de supermercado online
A pandemia levou a um aumento das compras online, mas em 2022 voltaram a registar-se valores semelhantes a 2019, conclui um estudo realizado pela Kantar e analisado por aquela consultora de mercado e pela Centromarca – Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca.
De acordo com os dados, 29,6% dos consumidores nacionais utilizam o comércio electrónico para fazer as suas compras de supermercado, um aumento de apenas 0,6 pontos percentuais em relação a 2019. Em período homólogo de 2020, esse número tinha atingido os 34,1%.
Segundo o estudo, a nível global, se durante a pandemia o comércio eletrónico no chamado grande consumo se mostrou o canal de vendas mais dinâmico de todos, com um crescimento de 45,9% em 2020 e de 15,8% em 2021, ultrapassado este período, as compras online diminuíram 0,4% no início deste ano, em relação a números do ano passado.
Portugal não é excepção: a nível nacional, as vendas deste canal tinham atingido 3,4% do total de vendas entre Janeiro e Setembro de 2021, mas essa percentagem diminuiu este ano para 2,5% – apenas 0,4 pontos percentuais acima do valor no período homólogo de 2019.
A recomendação para o comércio electrónico é que as marcas apostem na atracção de novos consumidores na Europa, porque 60% dos consumidores neste continente ainda não fazem compras online. Esta atracção pode ser feita com promoções, refere a Kantar, mas também com reduções nas taxas de entrega. Segundo o estudo, os consumidores são levados a comprar online pelos preços atractivos (36%), mas também por entregas económicas ou livres de taxas (31%). Para além disso, 31% dizem ainda que, comprando online, conseguem encontrar todos os produtos que procuram.
«Depois da aceleração sentida pelo online nas compras de supermercado, nos períodos em que a pandemia nos obrigou a permanecer mais tempo em casa, é natural que o regresso à normalidade e a uma mobilidade sem limitações conduza a um ajustamento da curva de crescimento. Contudo, este é um segmento de mercado com um franco potencial de desenvolvimento. A crise inflacionista que atualmente atravessamos pode conduzir a uma compra mais programática e o online, com preços e entregas com valores atractivos, pode ser um refúgio interessante para os consumidores mais cautelosos e mais atentos à gestão dos seus orçamentos familiares», diz, em comunicado, Pedro Pimentel, director-geral da Centromarca.