Andamos menos ocupados do que pensamos
Apesar de vivermos num mundo cada vez mais ligado, especialmente digitalmente, e consequentemente mais prático e imediato, parece que continuamos constantemente com a sensação de que não temos tempo para tudo. Esta é uma das conclusões do mais recente Prosumer Report, “The Modern Nomad: Connect Me If You Can” da Havas Worldwide.
O estudo mostra que existe um paradoxo entre o número de queixas que fazemos relativamente ao quão ocupados andamos e as tarefas que, de facto, temos para fazer, já que apenas um quinto dos inquiridos afirma andar sempre a correr de um lado para o outro. Adicionalmente, 42% das pessoas admitem, por vezes, fingir estar mais ocupados do que realmente estão.
Depois de questionadas mais de dez mil pessoas de 28 países, incluindo Portugal, o mesmo estudo da Havas Worldwide aponta ainda para três tipologias de pessoas. Os conflituantes, “que revelam maior tensão entre quererem acelerar e quererem desacelerar”, os enraizados, “que vêem o novo ritmo de vida como algo com que têm de viver”, e os cansados, “que querem regressar a um modo de vida mais lento e mais consciente”.
Andrew Benett, global CEO da Havas Worldwide e do Havas Creative Group, explica que os consumidores procuram segurança e conforto ou, pelo menos, a ideia de que assim é, de forma a contrabalançar a sensação de desenraizamento. «As marcas têm uma grande oportunidade para ajudar as pessoas a sentirem-se ligadas e ancoradas neste mundo acelerado e turbulento.»
Ainda na questão do mundo ligado, 43% dos consumidores mainstream afirma que gostaria de ter os seus carros ligados à internet, sendo que a maioria dos Prosumers (pessoa que consome e produz) acredita que, em 2050, os carros mais vendidos serão produzidos pelas marcas tecnológicas. No entanto, apesar de pensarem assim, não parecem entusiasmados com a possibilidade, já que apenas entre um quarto e um terço dos inquiridos afirmou ansiar pelos automóveis sem condutor ou pelas bicicletas eléctricas acessíveis.