Âmbito da actividade de marketing desportivo alargou-se de forma acentuada

“Marketing Desportivo, mais do que um jogo” é a mais recente obra de Daniel Sá, especialista em Marketing Desportivo e director executivo do IPAM Porto, que foi apresentada esta tarde no Auditório do IPAM Lisboa.

Trata-se de um livro que procura identificar as principais tendências e os desafios que a gestão do Marketing Desportivo tem de enfrentar no presente e no futuro. O autor contextualiza as origens do Marketing Desportivo em Portugal, descreve a sua evolução, a integração do desporto na indústria do entretenimento e as inovações que prometem alterar o panorama e o consumo do desporto no futuro.

O livro “Marketing Desportivo, mais do que um jogo” conta com testemunhos e artigos de opinião de personalidades nas áreas do Desporto, do Marketing e da Comunicação como Carlos Resende, José Carlos Lourinho, António Cunha Vaz, Miguel Maia, José Pedro Sarmento, José Pedro Fontes, Miguel Bento, Marta Bicho, Hélder Marinho Ferreira, Carlos Coelho, Pedro Santana, José Francisco D. Neves, Gonçalo Caetano Alves, Carlos Melo Brito, Luiz Moutinho e Carlos Sá (posfácio).

Em conversa com a Marketeer, o autor assegura que o marketing tem sido o grande motor do desenvolvimento da indústria do desporto e eu há «excelentes exemplos» quer a nível nacional quer a nível internacional que provam que «o marketing se tem consolidado como factor crítico de sucesso».

O desporto é hoje uma área muito mais profissionalizada do que era há duas ou três décadas. De que maneira o Marketing tem ajudado neste caminho?

O marketing tem sido o grande motor do desenvolvimento da indústria do desporto nos últimos anos. Os primeiros profissionais a trabalhar em marketing desportivo centravam a sua atenção e esforços na busca de patrocinadores, no desenvolvimento de campanhas de sócios, na divulgação de jogos recorrendo a anúncios, folhetos e cartazes, na negociação das primeiras linhas de merchandising dos clubes e na construção de dossiers de imprensa. Actualmente, o número de profissionais nesta área disparou e o âmbito da actividade de marketing desportivo alargou-se de forma muito acentuada. A gestão da marca, o relacionamento e a satisfação dos adeptos, a activação dos patrocinadores, a produção de conteúdos, a gestão das redes sociais bem como de todas as plataformas de comunicação, as parcerias com todos o tipo de empresas, resultaram no aumento da importância do marketing na indústria do desporto.

Entre os desportos o futebol é, provavelmente, aquele que trabalha melhor o marketing. Excluindo o futebol, pode dar dois ou três exemplos de desportos/equipas/desportistas que estejam a fazer um bom trabalho de marketing?

Felizmente temos excelentes exemplos quer a nível nacional quer a nível internacional, dado que o marketing se tem consolidado como factor crítico de sucesso. Lá fora podemos olhar para exemplos como o renascimento da Fórmula 1, o circuito mundial de voleibol de praia, a Kings League de Gerard Piqué, o espectáculo da Super Bowl, os Grands Slams de Ténis ou a Volta à França. Em Portugal, atletas como Miguel Oliveira ou Nuno Borges, SC Braga ou o desenvolvimento do padel são boas práticas a vários níveis de aplicação do marketing no desporto.

Estando na ribalta, também os erros cometidos ganham palco. Pode indicar dois ou três erros de marketing na área do futebol (em Portugal ou fora de Portugal) e como poderiam ter sido resolvidos/evitados?

Os erros são vários: má identificação das necessidades dos consumidores, eventos mal desenhados, deficiente identificação de patrocinadores são apenas alguns erros comuns, a maior parte deles com origem no desconhecimento técnico ou amadorismo das pessoas que executam estas acções. A solução passa sempre por atrair talentos e investir em recursos técnicos para que as organizações de desporto possam competir de igual para igual no mercado do entretenimento global.

Texto de Maria João Lima

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