Amazon cobra milhões por lugares de destaque no “Holiday Toy Guide”

O castelo da Disney criado pela Lego e o unicórnio mágico da VTech são apenas alguns dos cerca de 1700 artigos em destaque no “Holiday Toy Guide” da Amazon. Trata-se de uma lista cujos produtos são escolhidos cuidadosamente pela gigante do comércio electrónico, um conjunto de sugestões para pais que procuram ideias de presentes para os mais novos.

Contudo, esta curadoria não é gratuita. A Amazon cobra milhões à indústria dos brinquedos para que os seus artigos sejam sequer considerados para estes lugares de destaque. De acordo com a Bloomberg, as marcas podem ter de pagar até dois milhões de dólares (1,8 milhões de euros): quanto mais pagarem, mais produtos podem integrar no guia da época festiva. Documentos a que a agência noticiosa teve acesso indicam que a Amazon esperava vender até 20 milhões de dólares (cerca de 18 milhões de euros) em patrocínios associados ao “Holiday Toy Guide”.

Vender publicidade na sua plataforma é legal, mas a forma como o faz e a transparência com que o faz já pode ser questionada. O regulador norte-americano dedicado à defesa do consumidor considera que a Amazon deverá tornar mais clara esta prática, indicando os valores envolvidos, por exemplo. Robert Weissman, president da Public Citizen, sublinha que os consumidores valorizam mais as recomendações de fontes independentes, o que faz com que as empresas tenham tendência para esconder o preço pago para os seus produtos serem recomendados.

«Não escrevem ‘anúncio pago’ porque muda completamente a forma como os consumidores percepcionam a informação», afirma o responsável. «Se a lista é completamente, ou em parte, publicidade paga, as pessoas têm o direito de saber», conclui.

A Amazon, por seu turno, compara os pagamentos que recebe para estas listas com o montante que as marcas pagam para terem lugares de destaque nas prateleiras.

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