Alimentação saudável ganha terreno em Portugal

Em Portugal, 78% dos lares incluem alimentos saudáveis nos seus cabazes de compras, sinal de que as preocupações com a saúde e bem-estar estão a ganhar relevância nas opções de consumo. A conclusão é de um estudo da Kantar Worldpanel, divulgado pela Centromarca na quinta edição do evento “Marcas+Consumidores”.

De acordo com a análise, 84% dos portugueses concorda que os produtos sem conservantes ou aditivos são mais seguros para as crianças, 77,5% refere que está a ingerir menos gordura e 69,3% garante que a redução do sal é uma preocupação.

Blandine Meyer, da Kantar Worldpanel, acredita que o termo “saudável” é, actualmente, «um dos principais elementos de dinamização do mercado, podendo mesmo falar-se do emergir de um ‘novo saudável’, assente em lares mais jovens e na apetência para o consumo de novos alimentos e ingredientes».

Consumo fora do lar

O mesmo estudo indica que os portugueses estão a consumir mais fora do lar, verificando-se, nomeadamente, uma redução do número de refeições domésticas. No período do Verão, registou-se um aumento de 3% no consumo fora de casa.

As temperaturas elevadas e a maior disponibilidade de tempo poderão ser os factores na origem desta subida. Quanto às categorias que mais caíram e subiram, destaque para as bebidas alcoólicas e para os snacks, respectivamente. Entre Abril e Setembro, a primeira recuou 14%, fora de casa, e a segunda cresceu 54% (números em valor).

Pedro Pimentel, director-geral da Centromarca, considera que «na área de grande consumo, o mercado português mostra algum dinamismo e adição de valor, mas quando analisamos o comportamento de consumo dos lares portugueses constatamos que esse crescimento é muito mais débil». Em comunicado, o responsável ressalva, ainda, que é «fundamental ter em atenção o impacto relevante do turismo nos números globais do consumo».

Comércio electrónico

O estudo da Kantar Worldpanel sobre os consumidores portugueses inclui também um capítulo referente ao comércio electrónico. Os dados recolhidos apontam indicam que o País está ainda numa fase inicial no que diz respeito às compras online: 0,9% vs 7,5% no Reino Unido e 5,6% em França, por exemplo.

«Os números continuam a apresentar apenas uma relevância marginal, mas estamos convencidos de que novos operadores poderão dar crescente atenção ao mercado online português, o que, juntamente com a reacção que exigirá dos já presentes, poderá funcionar como o elemento agitador que provocará a respectiva dinamização, tal como vem acontecendo noutros países», acredita Pedro Pimentel.

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