Algumas perguntas a…António Mexia
Este ano, após a liberalização do mercado, a quota de comercialização da EDP diminuiu. Prevê que essa quota continue a cair em 2011?
Temos, neste momento, um pouco mais de 50% do mercado liberalizado, do B2B, o que é uma quota normal no que diz respeito ao mercado onde nós éramos o incumbente, mas onde hoje estão todos os operadores que operam na Península Ibérica. Ter metade do Mercado, hoje,parece-nos uma quota bastante competitiva e adequada. No mercado B2c, onde a margem de comercialização é menor e, portanto, onde o mercado pode ser menos competitivo, temos cerca de 250 mil, enquanto a maior parte das pessoas,quase 100 milhões, ainda ficam na tarifa dos clientes, no mercado doméstico. O que é que isto mostra? Mostra que nós estivemos presentes desde a primeira hora, temos combatido por isso, somos tipicamente 10 vezes maiores que o segundo maior, mais ou menos… entre 8 e 10 vezes maiores. Estamos contentes e vamos continuar a fazer esse esforço, embora seja claro que, para 2011, a margem no mercado B2C é muito baixa, muito inferior ao que foi nos anos anteriores, por isso deixa pouco espaço para concorrer com a própria tarifa. O que nós vamos com certeza fazer também, do ponto de vista de marketing, junto dos clientes, é aproveitar aquilo que é a incorporação do conceito de eficiência energética, da certificação…tudo aquilo que são serviços de energia. A EDP decidiu incluir isso como parte doseu negócio integrante. É fundamental também para posicionamento e para fortalecer aquilo que já tem sido muito forte nos últimos anos, em termos de imagem, da marca, da sua reputação, no fundo de entregar soluções aos clientes. O caso do 5D no doméstico, e agora tudo o que tem a ver com a Esso, com as companhias de serviços na área do B2B.
A abertura no mercado levará a uma diminuição no preço médio da electricidade?
A questão do preço da electricidade depende da relação que existe entre o mercado liberalizado e as tarifas. Já aconteceu há alguns anos, como a tarifa é estabelecida como uma previsão do que vai acontecer em preços, que a tarifa pode estar acima ou abaixo daquilo que é o preço no mercado liberalizado. Por isso é que, de vez em quando, quando a tarifa é mais barata, o mercado liberalizado encolhe e as pessoas vão para a tarifa, e o inverso quando a tarifa é mais cara. O que é que eu acho que vai acontecer? É que acabarão as tarifas a partir de dia 1 de Janeiro, acabam as tarifas para os clientes industriais, e isso vai fazer com que todos os clientes industriais tenham que estar no mercado iberalizado, e daí, obviamente, resultará uma forte concorrência por parte de todos os operadores para conquistarem os clientes que antes estavam nas tarifas que agora desapareceram.