Airbnb revela tendências para 2021: das viagens de carro aos destinos “vacinados”

Portugal está de novo em confinamento e pensar em férias pode parecer estranho, mas a incerteza que rodeia o sector não impede que se continue a sonhar. Caso seja possível viajar este ano, o mais provável é que a preferência vá para destinos mais próximos e para estadias fora da tradicional época alta. Para isso contribui também o crescimento do teletrabalho, tal como fica claro no mais recente relatório de tendências da Airbnb.

Segundo a plataforma, enquanto a pandemia fizer parte do dia-a-dia dos cidadãos, “as viagens serão vistas como uma forma de restabelecer a ligação com os entes queridos, através de um turismo mais familiar e íntimo, onde a segurança continuará a prevalecer”.

O estudo da Airbnb tem por base a realidade norte-americana mas pode oferecer algumas luzes sobre aquilo que também os viajantes europeus sentem em relação à possibilidade de sair de casa, seja por motivos profissionais ou de lazer. De acordo com este inquérito, uma das razões para querer ter acesso a uma vacina prende-se precisamente com a vontade de voltar a pegar nas malas.

Tendo por base este “novo normal” e as mudanças sentidas em termos de necessidades e prioridades, a Airbnb aponta cinco grandes tendências para o sector das viagens em 2021:

1 – As pessoas querem viajar para destinos próximos e querem fazê-lo de carro

Mais de metade dos viajantes (56%) inquiridos pela Airbnb nos EUA prefere um destino doméstico ou local, em vez de visitar um destino internacional (21%). Um em cada cinco quer que o seu destino esteja suficientemente perto para chegar confortavelmente de carro e cada vez mais pessoas prefere este meio de transporte;

2 – Viagens seguras em destinos “vacinados”

Quando as viagens forem retomadas, será importante para muitos viajantes saber que as pessoas estão vacinadas no local para onde irão viajar. De acordo com a plataforma, os viajantes também prestarão mais atenção aos serviços médicos no destino, incluindo a disponibilidade de testes e serviço de urgências. Um terço (32%) quer que “a maioria das pessoas” no destino esteja vacinada; 30% quer testes disponíveis no destino; e 29% quer cuidados médicos de emergência disponíveis;

3 – As viagens de negócios podem esperar

As pessoas têm sentido menos falta deste tipo de viagens, especialmente numa altura em que se dá prioridade a passar tempo com a família. Apenas 6% dos inquiridos disse sentir falta deste tipo de viagens, enquanto 48% sente falta de escapadinhas com a família e amigos. E mais de um terço dos inquiridos (36%) espera viajar menos em negócios após a pandemia, em comparação com o período que lhe antecedeu;

4 – Trabalhar à distância e estadias de longa duração fora da época alta

Com a popularização do teletrabalho, cada vez mais pessoas estão dispostas a viajar fora da época alta e em qualquer dia da semana, para além de prolongarem as suas estadias. De acordo com os dados recolhidos pela Airbnb, entre os viajantes que utilizam a plataforma, as reservas para estadias de 28 noites ou mais têm aumentado.

Um quarto dos inquiridos deseja estadias mais longas este ano, enquanto quase um em cada cinco (19%) diz já ter alugado uma casa de férias para uma estadia de mais de 28 dias desde que a pandemia começou.

Em Portugal, além da presença do Algarve e de grandes cidades como Lisboa e Porto nas preferências para viajar, destacam-se também regiões mais isoladas e imersas na natureza, como Manteigas, Dornes e Grândola;

5 – Viagens seguras e sustentáveis, mas acima de tudo acessíveis

A quinta tendência apontada pela Airbnb diz respeito à segurança, um atributo muito relevante no contexto actual, a par dos serviços médicos disponíveis no destino e da evolução da vacinação. No entanto, o aspecto económico continua a ser um dos pontos-chave. Para 54% dos inquiridos, o preço é o factor mais importante, não só para a primeira viagem mas para as restantes.

A sustentabilidade também ganha espaço. Os utilizadores da Airbnb procuram locais que sejam amigos do ambiente ou que utilizem energias alternativas: 56% dos inquiridos com idade inferior a 50 anos disse que estariam “mais” disposto ou que “pelo menos seria mais provável” utilizar uma plataforma online que oferece a possibilidade de procurar energias alternativas e alojamentos ecológicos. Apenas 28% das pessoas com mais de 50 anos disse o mesmo.

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