Adidas pode perder 70 milhões com o COVID-19 mas não pára investimento

Embora a realização do Euro 2020 e dos Jogos Olímpicos de Tóquio esteja em risco, a Adidas não pretende cancelar os contratos de Marketing que tem em vigor. Em declarações reportadas pelo The Drum, a marca de desporto garante que continuará a investir, desde que faça sentido. Admitiu, porém, que poderá perder até 70 milhões de euros em vendas caso as duas competições sejam adiadas.

Recorde-se que a Adidas é uma das principais patrocinadoras do Campeonato Europeu de Futebol, cujo início está previsto para 12 de Junho. É também patrocinadora oficial de selecções de países como a Alemanha, Espanha e Bélgica. No que aos Jogos Olímpicos diz respeito, a marca apoia vários atletas de diferentes geografias.

Segundo a mesma publicação, a Adidas está entusiasmada com ambos os eventos e está preparada para um revés. «Caso não aconteçam, estimamos um impacto financeiro de um ponto de vista das vendas de entre 50 e 70 milhões de euros», sublinha o CEO Kasper Rorsted, ressalvando que a Adidas é uma empresa avaliada em 23 mil milhões de euros e que a possível perda corresponderia a 0,3% da sua receita total.

O CEO da Adidas referiu ainda, num encontro com analistas, que a grande parte das vendas da marca acontece antes dos eventos e não durante. Isto significa que mesmo que venham a ser adiados ou cancelados, as pessoas continuarão a comprar um par de ténis ou uma camisola.

«Não é como se as pessoas dissessem: ‘por causa dos Olímpicos não acontecerem, não vou correr amanhã’ ou ‘bem, não vou comprar uma camisola nova porque não vai haver futebol’. É por isso que nos sentimos muito confiantes», acrescenta Kasper Rorsted.

O responsável garante que continuarão a investir, nomeadamente na construção de marca, e que não planeiam apertar o orçamento de Marketing. Porém, é preciso avaliar cada caso: na China, onde as lojas começaram a fechar e as vendas a cair, a Adidas decidiu mesmo deixar de investir.

«Estamos num bom lugar em termos de quota de mercado e é por isso que seremos prudentes, mas não optimizaremos a curto prazo para fazer com que as coisas pareçam melhores e, depois, prejudicar a nossa posição em 2021 ou 2022. Quero ser muito claro nisto. Assinaremos os contratos certos se essas oportunidades surgirem. Construiremos os produtos certos sob a presunção de que o mercado regressará ao normal», afirma ainda Kasper Rorsted.

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