Adidas planeia tornar-se “mais americana” para vingar nos EUA
A Adidas continua a mostrar sinais de recuperação, impulsionada por fortes vendas e previsões financeiras positivas. Durante a mais recente apresentação de resultados, os executivos da empresa destacam o fortalecimento do negócio, à medida que a Adidas gradualmente elimina o excesso de stock da linha Yeezy.
Em Outubro de 2022, a insígnia alemã colocou um ponto final na parceria com o artista norte-americano Kanye West e, consequentemente, na gama assinada por este. Em causa estiveram comentário anti-semitas feitos pelo cantor nas redes sociais Instagram e Twitter.
No segundo trimestre de 2024, a Adidas vendeu aproximadamente 200 milhões de euros em produtos Yeezy – cerca de metade do valor do mesmo período do ano anterior. No entanto, ainda existem cerca de 150 milhões de euros em stock desta linha por vender. Apesar das dificuldades associadas à descontinuação da marca, a venda do stock extra tem contribuído para sustentar as receitas globais da empresa.
Alice Price, analista de vestuário na GlobalData, afirma, citada pela Retail Dive, que o fim da linha Yeezy está a impactar a atractividade da marca na América do Norte. No entanto, a Adidas está a adoptar novas estratégias para fortalecer a sua posição no mercado dos EUA.
Estas incluem a nomeação de Candace Parker, ex-jogadora da WNBA (Women’s National Basketball Association), como presidente da divisão de basquetebol feminino da Adidas, a extensão do contrato com o jogador da NBA Anthony Edwards e o desenvolvimento de produtos especificamente para o público americano, incluindo investimentos em desportos populares no país como o basebol e o futebol americano.
«O sucesso nos EUA exige que nos tornemos mais americanos na nossa abordagem. Existe uma concorrência intensa de marcas locais e temos de superar os nossos próprios padrões para triunfar», diz Bjørn Gulden, CEO da Adidas.
A aposta em produtos inovadores e o fortalecimento das parcerias grossistas têm sido cruciais para a recuperação da empresa. No segundo trimestre, as vendas por grosso aumentaram 17%, representando agora 59% das receitas da Adidas, uma mudança significativa face aos 41% provenientes das vendas directas ao consumidor (DTC).
Bjørn Gulden sublinha ainda que a Adidas está a fornecer aos parceiros de retalho produtos novos ao mesmo tempo que nos seus próprios canais DTC, priorizando o crescimento e a satisfação dos parceiros grossistas. «Não estamos apenas focados em margens mais altas nas vendas directas. Queremos que os nossos parceiros de retalho também prosperem.»
No que diz respeito às categorias de produtos, as vendas de calçado cresceram 17%, enquanto o vestuário registou um aumento de 6%, apesar de uma queda de 8% nos acessórios.