
Accenture Ventures anuncia investimento na Aaru, um motor de previsão melhorado por IA
A Accenture Ventures está a colaborar com a Aaru, uma empresa que está a redefinir a previsão do cliente com dados sintéticos – simulações alimentadas por IA que modelam o comportamento humano com uma precisão sem precedentes. A notícia é avançada pelo The Drum e revela que os dados sintéticos estão a passar das periferias da tecnologia experiência para o núcleo do marketing, do desenvolvimento de produtos e da estratégia do cliente.
Quem é profissional de marketing conhece a dor dos insights de clientes não fiáveis : as pesquisas são lentas, os grupos de foco são defeituosos e os dados do mundo real são muitas vezes incompletos ou cheios de preconceitos. Os sistemas de IA multiagentes da Aaru pretendem contornar estes problemas, criando simulações ultraprecisas do comportamento do consumidor em poucos minutos.
A Accenture Song planeia integrar o modelo Lumen da Aaru no seu conjunto de IA, dando efetivamente às marcas a capacidade de “prever” as reações dos clientes antes de lançarem campanhas, produtos ou serviços.
Alguns podem argumentar que isto poderia significar o fim da era em que as marcas dependiam de métodos de pesquisa de mercado dispendiosos e demorados. Como disse o diretor de estratégia da Accenture Song, Baiju Shah, ao The Drum: “Antecipar os clientes e descobrir novas oportunidades de crescimento utilizando agentes alimentados por IA é agora uma vantagem estratégica para as empresas”.
Ou seja, os dados sintéticos estão a deixar de ser um conceito futurista para se tornarem uma ferramenta essencial na estratégia de marketing, e a Accenture acaba de fazer uma grande aposta nisso.
Qual, afinal, a questão dos dados sintéticos?
Tradicionalmente, os modelos de IA são treinados em dados do mundo real, que podem ser escassos, sensíveis à privacidade ou tendenciosos. Os dados sintéticos resolvem este problema criando conjuntos de dados gerados por IA que imitam os reais, sem preocupações com a privacidade ou dores de cabeça regulamentares.
Os profissionais de marketing já estão a utilizar dados sintéticos de três formas principais:
– Publicidade hiperpersonalizada: imagine gerar milhões de personas de clientes e testar campanhas publicitárias nas mesmas antes de gastar um único dólar em meios de comunicação do mundo real. Chega de pontos cegos dos testes A/B.
– Criativos baseados em deepfake: a tecnologia de vídeo e voz gerada pela IA está a permitir que as marcas aumentem a produção de conteúdos mais rapidamente do que nunca. A Gartner prevê que até 2025, 30% de todas as mensagens de outbound marketing das grandes empresas serão geradas sinteticamente.
– Desenvolvimento de produtos mais inteligente: As empresas podem agora simular as interações dos clientes com os produtos antes do lançamento, eliminando falhas de ignição e acelerando o tempo de lançamento no mercado.
A Aaru não é apenas mais uma empresa de análise de IA, está a lançar algo muito maior: o domínio da decisão. Nas suas próprias palavras, a tecnologia da Aaru não prevê apenas o comportamento do consumidor, modela populações inteiras. Isto significa que as marcas não reagirão apenas às tendências de consumo, elas irão moldá-las em tempo real.
Cameron Fink, CEO da Aaru, vê isto como a próxima grande mudança na IA: “A simulação é uma ferramenta incrivelmente poderosa e será o diferenciador entre as empresas que lideram o mercado e aquelas que ficam para trás na era da IA”.
Se Aaru cumprir a sua promessa, poderá reescrever as regras de envolvimento do consumidor, transformando o marketing de um jogo reativo numa ciência preditiva. E com o apoio da Accenture, é apenas uma questão de tempo até que os dados sintéticos se tornem um item obrigatório do marketing convencional.