Aborto continua a dividir os portugueses. Polarização cresceu 95%
A LLYC analisou mais de dois milhões de mensagens em Portugal e concluiu que o nível de polarização no País, relativamente a determinados assuntos e conteúdos, é inferior ao da vizinha Espanha ou do Brasil, o outro país de língua portuguesa analisado. Os portugueses não estão livres deste fenómeno, mas estão ligeiramente menos expostos do que a maioria dos países observados.
Em termos de áreas de conversação, os temas que mais cresceram em polarização foram, por ordem: Aborto, Liberdade de Expressão, Imigração, Sindicatos e Direitos Humanos. O aborto continua a ser um assunto que divide os portugueses e que cresce em intensidade. Apesar da aprovação por referendo da lei da interrupção voluntária da gravidez, há 15 anos, a polarização sobre deste tema cresceu 95%. Já os temas que se destacam por gerar o maior consenso são o salário mínimo, os direitos humanos e o feminismo.
A nível social, há uma clara subdivisão progressista versus conservadora. As vozes mais progressistas abordam maioritariamente o feminismo (+92,4%), o aborto (+59,4%), os direitos humanos (+59,2%) e o salário mínimo (+35,8%), destacando-se no volume de conversação em comparação com a ideologia conservadora. Já as vozes mais conservadoras abordam maioritariamente o racismo (+32,6%) e a liberdade de expressão (+24,6%).