A sustentabilidade como prioridade estratégica

Os CTT têm um programa de sustentabilidade central na estratégia de desenvolvimento da empresa, fazendo parte dos seus pilares estratégicos: Faster, Better, Greener.

A empresa definiu metas ambientais com as quais se compromete para os próximos anos e até ao final desta década: operar com 50% de veículos eléctricos na última milha até 2025 e 100% até 2030; promover o consumo responsável através do uso de 100% de embalagens recicláveis e produzidas com material reciclado e/ou reutilizado; e alcançar a meta de net-zero até 2030.

Além destas metas, os CTT consideram premente endereçar a sustentabilidade como um todo, pelo que também têm objectivos para as outras áreas do ESG. Destacam-se, assim, os aspectos sociais, focados no bem-estar das Pessoas CTT e da comunidade local. Internamente, a empresa pretende alcançar a paridade de género na gestão de topo e média até 2025, bem como ser o empregador de referência do sector logístico, em Portugal. Para isso, alavanca uma cultura centrada nas trabalhadoras e nos trabalhadores, com um foco evidente na questão da igualdade de género e na conciliação entre vida familiar e profissional, área em que recentemente recebeu a certificação de Empresa Familiarmente Responsável, da fundação espanhola MásFamilia.

Em relação ao impacto junto da comunidade envolvente, os CTT querem reforçar a sua presença ibérica, bem como o convite aos trabalhadores e às suas famílias para participarem em programas sociais e de voluntariado (até três dias por ano) e assegurar que 1% do EBIT recorrente seja investido em programas de impacto até 2025.

INICIATIVAS COM IMPACTO

Maria Rebelo, directora de Sustentabilidade dos CTT, afirma que «a gestão da nossa pegada carbónica tem sido uma grande preocupação desde há mais de uma década e também de futuro. Para ilustrar o respectivo impacto, percorremos cerca de 65 milhões de quilómetros, todos os anos, em veículos próprios, aos quais acrescem outros tantos realizados pelos parceiros subcontratados em Portugal e em Espanha. Assim, a actividade CTT de transporte e distribuição toma especial relevância e é onde iremos concentrar os nossos esforços e atenção nos próximos anos».

Além disso, para a responsável do Gabinete de Sustentabilidade, os CTT têm em curso «um relevante plano de descarbonização, no qual a electrificação da frota, que neste momento já conta com cerca de 500 veículos eléctricos, toma destaque. Já no ano de 2022 acelerámos a expansão da nossa frota própria de veículos que não usam combustíveis fósseis, o que nos permite operar a maior frota alternativa do sector logístico em Portugal».

Os CTT abriram também os primeiros centros de entrega 100% “verdes” em todo o território nacional, nos quais a actividade é feita exclusivamente com veículos eléctricos, sem emissão local de poluentes atmosféricos. Além disso, estão a apostar na produção de energias renováveis, nomeadamente de energia solar. Para isso, assinaram uma parceria estratégica com a EDP, para a instalação de centrais de produção de energia solar em mais de 40 localizações dos CTT. O excedente desta energia é vendido pela EDP às comunidades envolventes, a preços reduzidos, criando os chamados “bairros solares”.

Na vertente ambiental, destaca-se ainda o Correio Verde, produzido com papel e cartão reciclados e tintas de impressão menos poluentes. Do mesmo modo, os CTT desenvolveram uma embalagem reutilizável para entrega de encomendas, que tem o potencial de poder ser reutilizada até 50 ciclos de envio.

Maria Rebelo refere ainda «um projecto-piloto de farripas de papel 100% recicladas, produzidas a partir de papel usado no nosso maior centro de produção e logística em Lisboa. Estamos a testar, em algumas lojas CTT, este novo conceito de farripas para o enchimento das embalagens na zona de Preparação de Envios, para envio de objectos postais. Por outro lado, também nos associámos à To-Be-Green, uma spin-off da Universidade do Minho, num projecto que tem como objectivo dar uma segunda vida às máscaras descartáveis».

Por outro lado, há mais de uma década que os CTT têm uma parceria com a Quercus na iniciativa “Uma Árvore pela Floresta”, em que cada kit vendido nas lojas CTT converte numa árvore plantada. No âmbito desta iniciativa, já foram plantadas mais de 110 mil árvores.

No âmbito social, Maria Rebelo refere a relação dos CTT com a EPIS – Empresários para a Inclusão Social: «Desde há vários anos que integramos o respectivo programa de mentoring, que pretende criar laços entre jovens estudantes que apresentam dificuldades na escola e até risco de abandono escolar. Agora, fomos mais longe e, além de apoiar estes alunos, decidimos conferir bolsas de estudo, as chamadas Bolsas Sociais EPIS, a cinco raparigas que pretendam enveredar pela área das Tecnologia da Informação.»

Para apoiar o sector da Cultura, «desde há dois anos, na compra de qualquer livro filatélico das Edições CTT, os nossos clientes estão a contribuir com três euros para uma de três instituições de apoio à cultura que se juntaram a esta iniciativa», refere Maria Rebelo.

RESULTADOS

Olhando para o início deste processo, nomeadamente para o ano de 2008, em que os maiores operadores postais, a nível mundial, começaram a medir o seu impacto carbónico directo e a reportá-lo enquanto sector, os CTT conseguiram reduzir, desde então, 65% das suas emissões directas resultantes da actividade dos edifícios e da frota própria, superando a meta sectorial de redução de 60% definida para 2020.

Maria Rebelo afirma que, na sequência desta redução, «vimos uma nova meta sectorial de redução carbónica absoluta ser aprovada pela Science Based Target Initiative, que almeja uma redução de 30% das emissões totais, directas e indirectas, até 2025. Os CTT adoptaram também como própria esta ambição. Já reduzimos a nossa pegada carbónica global em 19% desde 2013 e continuamos comprometidos com a descarbonização, ainda mais acelerada, da nossa actividade».

Desde 2015, toda a electricidade que os CTT consomem é adquirida através de fontes renováveis, o que impacta positivamente a sua pegada carbónica. Adicionalmente, a eficiência energética, a gestão dinâmica das rotas de distribuição, a opção por tecnologias mais limpas e a sensibilização interna têm sido prioridades constantes e indispensáveis para a minimização da pegada carbónica da empresa.

Como resultado, os CTT têm vindo a ser distinguidos com o nível mais elevado de Liderança, na vertente das Alterações Climáticas, com a pontuação A-, pelo rating CDP – Carbon Disclosure Project dos últimos anos, um índice do mercado de capitais que é o principal rating de sustentabilidade energética e carbónica a nível mundial.

No programa sectorial do IPC, denominado Sustainability Measurement and Management System (SMMS), os CTT têm vindo a melhorar progressivamente o seu desempenho e atingiram, no ano passado, o quinto lugar entre os maiores 21 operadores postais de todo o mundo.

Em 2022, os CTT voltaram a melhorar a sua posição no Índice Integrado de Desenvolvimento Postal da União Postal Universal. Portugal ocupa agora a 21.ª posição em 172 países, à frente de vários operadores europeus e um lugar acima da posição alcançada em 2020 e 50 posições acima de 2017.

A empresa alinhou a sua estratégia de gestão ambiental, social e de governação com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), das Nações Unidas, considerados prioritários para o sector, de forma a contribuir para a agenda global em matéria de sustentabilidade, reflectida nos 17 temas prioritários de actuação para a preservação do planeta e da dignidade do ser humano.

ACÇÕES INTERNAS

Maria Rebelo reforça que «as dimensões de intervenção na comunidade começam por ser desenvolvidas internamente. Temos um público interno alargado, de mais de 12 mil pessoas, de todos os pontos do país e que vivem em todo o tipo de contexto social. Assim, assumir os nossos compromissos internamente é um desígnio de justiça para com as pessoas que dedicam os esforços do seu trabalho aos CTT».

Apesar das acções de voluntariado já referidas, envolvendo organizações como a EPIS, a Quercus e o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, a Liga para a Protecção da Natureza, o Instituto Português do Sangue e da Transplantação e da Liga Portuguesa Contra o Cancro ou a Fundação Portuguesa de Cardiologia, entre outras, estas acções não são o único eixo de actuação social dos CTT.

Existem comunicações a celebrar efemérides, como o Dia da Floresta, o Dia da Água ou a Semana Europeia da Mobilidade – durante as quais os CTT desenvolvem iniciativas presenciais de norte a sul, dedicadas ao tema da mobilidade sustentável e da segurança rodoviária. Há também comunicação adaptada à época do ano, com informação e sugestões sobre como viver um Verão mais sustentável ou um Halloween mais saudável, entre outras.

Além de tudo isto, os CTT lançaram uma acção de formação interna à distância totalmente dedicada aos temas da sustentabilidade, aberta a quem quiser saber mais e com uma taxa de resposta positiva. São também disponibilizadas variadas acções formativas administradas por parceiros em temas de sustentabilidade, acessíveis ao público interno, em formatos digital, híbrido ou presencial.

Para promover estas iniciativas dirigidas ao público interno, os CTT recorrem a ferramentas de comunicação interna, como um grupo na intranet dedicado ao voluntariado, onde são postados os eventos e recolhido feedback. Ainda assim, o veículo mais importante continua a ser os emailings internos que servem para apresentar as iniciativas e convocar a participação.

Adicionalmente, «não podemos descurar a importância da comunicação um-para-um», refere Maria Rebelo. «É de extrema importância o envolvimento das pessoas desde o topo à base e, para isso, saber quais são as pessoas CTT que se dedicam a estas causas e que por serem autênticos embaixadores e embaixadoras da responsabilidade social podem fazer chegar a mensagem a muitos dos seus colegas.»

O ano passado os CTT contaram com a participação de 262 pessoas, algumas de forma repetida entre as acções. A estas, juntaram-se 130 familiares.

A sustentabilidade e a responsabilidade social são factores cada vez mais levados em consideração pelos candidatos ou novos colaboradores. Os CTT estão atentos a este fenómeno e, de acordo com Maria Rebelo, «a prova disso é que, desde o seu início, o programa de trainees implica a prestação de trabalho voluntário. São quatro horas a cada duas semanas que os trainees dedicam às causas com que mais se identificam (desde dar explicações aos alunos EPIS, contribuir para as acções da Liga para a Protecção da Natureza, até passar algumas tardes a acompanhar aposentados dos CTT). E este é frequentemente citado como um factor que contribui para que os melhores alunos das universidades portuguesas escolham os CTT para o seu traineeship».

Mas não são só os trainees que “exigem” associar um propósito responsável e sustentável à sua actividade profissional. A responsável acrescenta que as novas gerações colocam, muitas vezes, «a noção de trabalhar numa organização com propósitos éticos e “movida a valores”, a par da remuneração e das restantes condições como factor decisório. Este é um elemento-chave da proposta de valor dos CTT enquanto empregador, tendo sido, em Maio deste ano, reconhecido como a Empresa Mais Atractiva para Trabalhar, no sector da Logística, segundo um estudo da Randstad».