A sua empresa já fechou orçamento para 2022? 5 conselhos antes de o fazer

Por Marco Gouveia, consultor e formador de Marketing Digital, head of Digital Marketing no Pestana Hotel Group e Google Regional trainer

Estamos na entrada do último trimestre do ano, altura em que muitas empresas vão fechar budget para 2022. Será que continuam a apostar nos canais certos, a medir de forma efectiva, a fazer investimentos adequados?

Se a sua empresa está entre as várias nesta situação, atente a este artigo, pois poderá ser-lhe útil para fechar um orçamento apropriado e aumentar o lucro no ano que se aproxima.

Antes de decidirem fazer qualquer investimento em qualquer canal, seja online ou offline, as empresas devem assegurar que têm tudo a medir. O que quer isto dizer? Ora, num plano online, pôr tudo a medir significa instalar no website da empresa ferramentas de medição de desempenho, como o Google Analytics, o Google Search Console, o Pixel do Facebook, o Pixel do LinkedIn, etc., e garantir que todas elas estão bem configuradas.

Mesmo que a empresa não esteja a pensar fazer campanhas de publicidade online brevemente, deve criar audiências tanto no Google Analytics como no Instagram (ou outra rede social que considere relevante), porque as audiências não têm retroactivos; ou seja, é necessário, primeiramente, colocar todos os alicerces da casa para que depois o site receba as campanhas e consiga tirar o máximo proveito delas. Desta forma, para além das vendas, a empresa terá na sua posse dados dos seus clientes, que serão interessantes para, futuramente, criar anúncios para audiências altamente qualificadas e obter mais conversões.

Os canais a utilizar são também um ponto importante a que as empresas devem dar atenção na altura de fechar orçamento. Afinal, que canais trouxeram resultados favoráveis durante o último ano? Quais devem ser mantidos? Deve ser elaborada uma estratégia diferente para algum deles? Existe interesse em apostar num novo canal para conquistar novas audiências?

A resposta a todas estas questões varia, pois claro, de empresa para empresa. Contudo, eis cinco sugestões para tomar melhores decisões:

  • Fazer uma pesquisa intensiva de palavras-chave, de modo a conseguir dar resposta a duas perguntas essenciais simultaneamente: 1) quais as palavras-chave relacionadas com a área de negócio da empresa que podem ser interessantes para esta se posicionar no Google e para utilizar em anúncios; e 2) quais os termos com maior volume de pesquisa, isto é, quantas pessoas por mês estão a pesquisar activamente por um determinado termo. Para realizar esta pesquisa, pode recorrer a ferramentas como Ubersuggest, SEMRush ou Ahrefs;
  • Configurar o Google Search Console (preferencialmente, colocando um filtro por 12 meses, se a empresa tiver histórico suficiente) para perceber que palavras é que as pessoas pesquisaram efectivamente no Google para aterrarem nas páginas da empresa. Isto permitirá ter uma visão mais macro do negócio e, por conseguinte, mais estratégica. Assim, será possível perceber se é necessário produzir conteúdo sobre X ou Y e posicioná-lo no Google, por exemplo, ou se a empresa deveria usar certas palavras-chave para criar campanhas de Google Ads, no caso de as páginas não estarem bem posicionadas no motor de pesquisa e a urgência for maior;
  • O investimento em Google Ads deve, sempre que possível, ser reforçado com a optimização contínua para motores de pesquisa (SEO) – um trabalho que exige, mais do que um investimento monetário, um grande investimento de tempo e esforço. É preciso ter noção de que os resultados do SEO demorarão um pouco mais a chegar, sendo essa uma característica própria desta estratégia. No entanto, a visibilidade alcançada por esta via é, por norma, mais duradoura e credível;
  • Assegurar uma presença estratégica nas redes sociais. Atenção: caso pretenda fazer um investimento monetário em redes sociais pela primeira vez, note que tal acção é quase como se estivesse a colocar um outdoor na rua, na medida em que as pessoas impactadas pelos anúncios não estão activamente a procurar pelos seus produtos ou serviços, ainda que possam ter interesse nos mesmos. Posto isto, numa primeira experiência, este pode ser um investimento com menor retorno do que o esperado. No entanto, é possível contornar a situação através de um cruzamento com as audiências criadas nos passos anteriores, chegando, desta maneira, a audiências qualificadas;
  • Por outro lado, as redes sociais funcionam bastante bem para a prática de remarketing. A empresa pode começar com SEO ou Google Ads, impactando pessoas que estão activamente a procurar pelos seus produtos ou serviços e, depois, impactar aquelas que realmente entram no site mas não finalizam a compra através de anúncios nas redes sociais. Esta é uma óptima estratégia complementar, porém, é importante salvaguardar que só resultará se forem cumpridas as medidas anteriormente descritas.

Não é fácil decidir quanto dinheiro investir, mas mais difícil ainda é decidir onde investi-lo exactamente. Mesmo empresas com orçamentos reduzidos podem operar verdadeiros milagres atentando, mais do que na quantidade, na qualidade do investimento.

Estes são, a meu ver, alguns pontos sobre os quais as empresas devem reflectir para definirem um budget de marketing digital adequado à sua realidade. Já estava a prevê-los no orçamento da sua empresa para 2022?

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