A opinião de Sandra Alvarez (PHD): A meta do metaverso

Por Sandra Alvarez, directora-geral da PHD

A pandemia acelerou o ritmo da transformação digital e o metaverso ganhou especial força, com muitas marcas a apostarem neste conceito no último ano. O exemplo mais flagrante é o do Facebook, que mudou o nome para Meta de forma a marcar terreno numa nova fase da empresa focada no mundo virtual.

Muito continua por esmiuçar numa área em que a ética está ainda a ser discutida e o conhecimento é pouco consciente. Mas as marcas já começam a dar pequenos passos para tornar este conceito futurista numa realidade.

Para muitos, o metaverso é a próxima geração de internet, onde o mundo virtual se liga ao mundo em que vivemos de forma permanente, sem barreiras entre os activos físicos e o digital. Agora que a grande maioria de nós se habituou ao teletrabalho e às videoconferências, deparamo-nos com a possibilidade de, num futuro próximo, estarmos sentados no escritório, de forma virtual, através de hologramas. Algumas marcas já estão a antecipar esta mudança de paradigma tecnológico, com a aposta na combinação dos jogos virtuais, redes sociais, realidade aumentada, realidade virtual ou até mesmo criptomoedas.

Desde as marcas de luxo, como a Gucci, que vendeu uma carteira numa plataforma de jogo online por um preço muito mais elevado que o da compra na loja física, passando pelas marcas tecnológicas, como a Samsung, e as de desporto, como a Nike, adidas e Vans, ou até mesmo as de moda, como a H&M e Ralph Lauren, muitas já foram as que se estrearam no metaverso.

Tudo indica que é uma óptima oportunidade de negócio. A questão que se levanta é se será uma aposta consistente ou pontual, em jeito de teste ou, até mesmo, apenas para estar na vanguarda das tendências, de forma a atrair novos públicos. Caso realmente passe a fazer parte do nosso dia-a-dia, a publicidade pode ver aqui um novo território, pois o metaverso proporcionará uma série de novas oportunidades para promover produtos, serviços e marcas.

Embora ainda seja difícil prever como virá a ser, é certo que será um dos temas que mais debate irá gerar nos próximos tempos. Além disso, as próprias tecnologias que hoje estão disponíveis ainda têm várias limitações e são pouco empáticas, pelo que para alcançar todo o potencial de imersão ainda são necessários mais desenvolvimentos.

Por cá, temos a expectativa de facilmente podermos criar os nossos próprios avatares, sabendo que a criatividade poderá não ter limites, que a internet não pára de mudar e que as empresas e pessoas têm de estar preparadas para o que possa surgir. Renovar competências e estar sempre actualizado é, e será sempre, essencial para a evolução dos profissionais e o sucesso das empresas e marcas.

Artigo publicado na revista Marketeer n.º 308 de Março de 2022

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