A Geração Z está a crescer no meio de uma pandemia. Qual será o impacto no consumo?

A divisão dos consumidores por gerações tem ajudado as marcas a definir melhor os seus públicos-alvos e a desenvolver soluções para cada um deles. No entanto, o novo coronavírus veio baralhar as contas e destruir o modelo utilizado até agora para descrever a Geração Z, que passa a ser composta por quatro grupos.

Segundo o Business Insider, que dá conta desta fragmentação, cada um dos novos grupos de consumidores tem pela frente um conjunto diferente de desafios, necessidades e preocupações. A Geração Z é composta, no seu todo, por pessoas que, este ano, fazem entre oito e 23 anos, o que significa que corresponde a um conjunto de jovens em etapas cruciais do seu crescimento – e crescer durante uma crise deverá deixar marcas.

Em termos gerais, Jason Dorsey, presidente do Center for Generational Kinetics (CGK), considera que a Geração Z será mais aversa a riscos financeiros e que terá uma visão completamente diferente do trabalho e da escola. No entanto, sublinha, existem grandes diferença entre quem tem sete ou 21 anos.

Ao Business Insider, o investigador explica que os jovens da Geração Z que se encontram no ensino básico poderão ser especialmente impactados pela falta de socialização. Estar sempre em casa – e com os pais – não será a situação ideal para nenhuma pessoa, de nenhuma idade, mas esta é uma altura da vida particularmente crítica em termos de contacto social, de afirmação e individualidade. Tudo características que não poderão ser desenvolvidas como habitualmente.

Seguem-se os estudantes do ensino secundário, que se mostram preocupados com o futuro. Sem viagens de finalistas, ou outras comemorações típicas desta etapa, e com muita incerteza em torno do acesso à faculdade, “confusão” parece ser a palavra de ordem. Como irá o COVId-19 influenciar a educação destes jovens? Continuarão a estudar ou serão obrigados a fazer uma pausa que poderá não ter retorno? E de que forma isto vai mudar o consumo daqui a uns anos?

Quanto aos estudantes que estão neste momento no ensino superior, Jason Dorsey revela que se nota já uma redução em termos de oportunidades de estágio e emprego. Juntam-se ainda dúvidas sobre a possibilidade de completar o curso: os processo de lay-off ou despedimentos poderão fazer com que nem todos os pais tenham capacidade financeira para suportar os estudos superiores dos filhos.

Por fim, surge a franja mais velha da Geração Z, aqueles que já trabalham e que sentem na pele a quebra da actividade económica decorrente do COVID-19. «Têm tentado ser auto-suficientes e construir uma base para a vida adulta e, agora, isso desapareceu por completo», sublinha o investigador.

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