A gamificação não é apenas diversão e tem sérias implicações comerciais

As aplicações mais usadas nos nossos telemóveis estão recheadas de mecânicas de jogo pensadas para manter o utilizador envolvido com as plataformas. É isso que acontece quando fazemos like numa foto ou vídeo no Instagram ou quando deslizamos para a esquerda ou direita numa app de encontros. Ao tocar o utilizador sente um feedback imediato, explica Devo Harris, fundador e CEO da Adventr, numa apresentação durante o Web Summit. «Então, como profissionais de marketing, por que não fazemos isso em grande escala? Por que não vemos isso em todas as nossas experiências?», questiona, lembrando que a regra continuam a ser experiências estáticas que não são necessariamente relevantes para os utilizadores.

O profissional salienta que a verdade é que até há bem pouco tempo não era possível usar a gamificação com escala. Mas «hoje, os filmes estão-se a transformar em jogos e os jogos estão-se a transformar em programas de TV», fundindo-se num só. Tudo porque, explica, os jogos são a linguagem da experiência web moderna. «Quando jogamos, na verdade, obtemos alguma forma de auto-realização. Somos capazes de compartilhar e fazer escolhas. E vemos o feedback imediato. Estamos a ver algo sobre nós mesmos em tempo real.»

Devo Harris acredita que se ainda não se está a usar estas ferramentas de gamificação no marketing normal é porque as pessoas acreditam que usar gamificação ou ter conteúdo interactivo vai custar milhões e terão que contratar engenheiros. Mas, assevera, isso já não é verdade, existindo ferramentas que tornam a criação de conteúdo interactivo em jogos fácil e acessível. Como a Adventr, claro, ou não fosse essa a empresa do orador que assegura que quantificam os resultados quando adicionam gamificação e os resultados são crescimento em taxas de cliques, no tempo gasto a assistir e, o mais importante, na intenção de compra.

«A gamificação não é apenas para diversão e tem implicações comerciais muito sérias», assegura o responsável da Adventr que já conquistou marcas como LVMH, Head, X, Unicef e Chevrolet.

Texto de Maria João Lima

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