A “floresta” e o “galho”

Ao gestor, no sentido lato do termo e não no académico, cabe-lhe o papel de gestão global dos recursos que tem à sua disposição. Definindo a estratégia, decidindo, controlando, mas sempre com uma visão globalizante da situação.

Tem que desenvolver uma visão de helicóptero da empresa e de todo o meio que a rodeia. Uma visão da “floresta”. Cabe-lhe a ele analisar para onde, e como correm os “rios” e “riachos”, ver qual o trajecto do “sol”, quais as pendentes dos “terrenos”, para, deste modo, verificar onde se deverão colocar as “árvores” que mais necessitam de água, as que mais necessitam de sol, aquelas que têm de estar protegidas do vento, aquelas que são fundamentais e assim têm de estar mais protegidas, etc. Deverá ainda analisar cuidadosamente o meio envolvente, o que rodeia a “floresta”, quais as ameaças que poderão advir, e quais as acções que deverão fazer para eliminá–las, ou pelos menos diminuir o seu impacto. Por outro lado, ao analisar todo o meio envolvente deverá também procurar oportunidades para a sua “floresta”, e para onde e como se deverá proceder a sua expansão.

Por fim, poderá e deverá olhar para as “árvores”, descer para o seu lado, analisar os seus problemas específicos, ajudá-las, mas nunca se esquecer de voltar ao plano superior, já que é aí o seu lugar.

Parece fácil. Mas não é!

Ora esta imagem, que tantas vezes é apregoada sobre outras formas, tantas vezes repetida e divulgada, muitas vezes é defraudada e enviesada pela incapacidade dos “gestores” em colocá-la em prática.

Ao não conseguirem esta visão de helicóptero, e ao preocuparem-se apenas com os detalhes, com os pormenores, e com a sua atenção direccionada apenas às “árvores”, “ramos”, e muitas vezes aos “galhos”, as empresas perdem-se e “umbicalizam”, não conseguindo dar o “salto” muitas vezes necessário.

Muitas vezes há que fazer o falado “get out of the box”. Sair do nosso trabalho diário, sair do método que utilizamos a toda a hora, sair dos sistemas e processos com que diariamente trabalhamos, para levantarmos a cabeça, olhar à volta, parar um pouco e questionar: Será que estamos a fazer bem? Será que é por aqui que queremos ir? Será que haverá outros modos de fazer isto? É isto mesmo que nós queremos?

Parece fácil! Mas não é! Mas convém sempre relembrar.

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