A economia…
Ricardo Florêncio
Director Editorial Marketeer
Editorial publicado na edição de Março de 2013 da revista Marketeer
Einstein disse, há alguns anos, que é estupidez esperar resultados diferentes fazendo todos os dias sempre a mesma coisa.
Ora, espero que os nossos governantes não queiram desafiar esta máxima de Einstein. Pode ser um caminho, mas não parece de todo o mais acertado.
Precisamos definitivamente de Economia. Já vimos e concluímos que o caminho trilhado apenas pelas Finanças não nos leva a lado nenhum. Necessitamos de espaço para medidas económicas. Para investimento, crescimento, desenvolvimento, para dinamização do nosso mercado, das nossas empresas, das nossas pessoas. Precisamos que os nossos governantes concluam que o desenvolvimento de Portugal, necessita de um equilíbrio entre as Finanças e a Economia, e não que a primeira se sobreponha totalmente à segunda, abafando- a, amordaçando-a.
… e a publicidade
Assistimos, hoje em dia, a quebras históricas de investimento em todo o tipo de comunicação e publicidade, quer no apoio a eventos, activação dos mesmos, campanhas, situações especiais e publicidade.
E na tentativa desesperada de encontrar receitas, hoje em dia estão a praticar-se preços ridículos, absurdos, um perfeito “dumping” (partindo do pressuposto que todas as empresas de comunicação social visam o lucro, para remunerar os seus acionistas, independentemente da sua natureza).
E quando esse desespero vem de órgãos de comunicação social de referência, esse efeito vem em dominó, em catadupa, atingindo todos sem excepção. É o esmagamento completo dos órgãos de comunicação social, sejam canais, estações, títulos.
Perguntar-se-á quem beneficia desta situação. Os meios de comunicação social não são, as diversas agências, nomeadamente as de publicidade e de meios também não, pelo que a resposta poderá ser os anunciantes.
Contudo, penso que é também uma situação com efeitos negativos para estes. Se num primeiro momento, num curtíssimo prazo, até poderá ser considerada uma vantagem, pois conseguem pretensamente mais resultados, com menos investimento, olhando para um prazo mais dilatado, é um verdadeiro “tiro no pé”. As empresas, as marcas, os anunciantes, necessitam de meios de comunicação fortes para comunicarem os seus produtos, os seus valores, o seu posicionamento. Convém que todos estejamos alerta para esta situação.