A agonia da comunicação social!
Ricardo Florêncio
Director Editorial da Marketeer
Editorial publicado na edição de Dezembro de 2016 da revista Marketeer
A larga maioria dos grupos de comunicação social enfrenta graves problemas financeiros, e mesmo de subsistência económica. Não é de hoje, mas agravam-se de ano para ano. Quase todos (todos?) vivem situações debilitadas, com recursos a créditos e muito alavancados. Mas a questão principal mantém-se! A quem interessa a falência destes grupos de comunicação social? Porventura a ninguém! Aos próprios grupos não interessa obviamente. Talvez até sejam dos principais responsáveis por esta situação em que vivem, pois levaram a cabo estratégias comerciais totalmente suicidas, baixando os preços consecutivamente, numa lógica não de curto prazo, mas de hoje, de “salvar o dia”. Se houvesse o conceito de “dumping”, muitos certamente estariam a praticá-lo. Noutra vertente, também não interessa nada às agências de meios, que assim também vêem as suas receitas baixarem, e, consecutivamente, os seus ganhos. Mas também estas têm desempenhado um papel importante nesta baixa de preços, pois é um dos principais argumentos de venda que apresentam junto dos seus clientes.
E assim, voltamos ao princípio, a quem interessa, afinal, esta situação periclitante dos grandes grupos de comunicação social? Parece que a ninguém. E se assim for, por que se continua a trilhar um caminho sem saída? Parece um pouco tonto continuar a caminhar para um precipício, sabendo-se que, mais tarde ou menos cedo, vão cair. Convirá assim que, e rapidamente, os três vértices do triângulo percebam que estão no caminho errado, e possam trabalhar para inverter a situação. A comunicação social é indispensável como meio de informação e formação. E não há democracia que aguente sem uma boa comunicação social.