Web Summit: truques para apostar em conteúdos de vídeo
Já não há nada a fazer: o vídeo veio para ficar e deve fazer parte da estratégia de Marketing das marcas para o próximo ano. A certeza foi dada por Suchit Dash, presidente do Dubsmash, e por Michael Litt, co-fundador e CEO do Vidyard, na sessão “The Second Coming of Video” do segundo dia do Web Summit.
Os dois responsáveis acreditam que o vídeo deve ser uma prioridade e tentaram dismistificar alguns dos receios em torno deste tipo de conteúdo. Michael Litt garante que não é preciso disponibilizar aquilo a que chama “vídeos com qualidade Super Bowl”, referente à competição norte-americana de futebol cujo intervalo representa um dos principais momentos de publicidade do ano para as marcas. O CEO do Vidyard, plataforma de marketing video para negócios, explica que o importante é colocar as mãos na massa e apresentar vídeos à audiência, mesmo que sejam feitos a partir de um smartphone, até porque já existem bastantes ferramentas para ajudar neste processo, tornando vídeos amadores em resultados quase profissionais.
Mas, atenção, apesar de a qualidade técnica não necessitar de estar ao nível de Hollywood, é preciso ter em conta o que se está a comunicar e a quem se quer chegar. Michael Litt refere ainda, referindo-se às rede sociais – uma das principais plataformas de partilha de vídeo -, que o canal de distribuição deve ser seleccionado em função da mensagem e público-alvo, sendo necessário, muitas vezes, adaptar o conteúdo. Suchit Dash salta para a conversa para lembrar que o consumidor não anda assim tão desatento e vai, por isso, perceber se vir no Facebook o mesmo vídeo que viu na televisão.
Quanto aos desafios que os criadores de vídeo enfrentam no sentido de convencer os CMOs e responsáveis de Marketing a incluir este conteúdo nos orçamentos – e a dar-lhe algum protagonismo, os dois responsáveis explicam que o truque está em fornecer dados. Michael Litt acredita que os CMOs, actualmente, estão muito focados nos dados e procurar medir tudo o que for possível medir. Neste sentido, é necessário justificar a aposta no vídeo e mostrar-lhes como podem ser alcançados bons resultados.
Consumidores como amplificadores de conteúdos
O presidente do Dubsmash, aplicação de lipsync para sons e músicas, afirma que é possível usar a comunidade para criar novos conteúdos a partir de um conteúdo base de uma marca. Através desta app, por exemplo, podem ser gerados milhões de branded contents caso as marcas decidam colocar um elemento de audio seu disponível para os utilizadores: uma frase de um filme ou uma música, entre outras possibilidades. Desta forma, cria-se promoção orgânica e em larga escala, recorrendo aos próprios consumidores.
Texto de Filipa Almeida