Pires de Lima: «Aumento da produtividade passa pela criação de marcas»
Na conferência de lançamento do livro “Mercator da Língua Portuguesa”, o governante disse ainda que «qualquer empresa ambiciosa com origem em Portugal» pode aspirar a posicionar-se num mercado mínimo de 750 milhões de consumidores.
Hoje assistimos ao crescimento de alguns sectores tradicionais da economia portuguesa, tais como o agro-industrial, o têxtil ou o calçado. Se há 20 anos Portugal era essencialmente um «destino de produção» nestas áreas, fornecendo empresas estrangeiras, nos últimos anos várias empresas nacionais têm arriscado o lançamento de marcas próprias. E este é um dos factores que tem permitido trazer uma nova dinâmica a estes sectores. «Passar desta lógica de domínio industrial para uma lógica em que o consumidor está no centro do negócio exigiu uma mudança cultural muito grande», sublinhou ontem o ministro da Economia, António Pires de Lima. «O aumento da produtividade passa também pela criação de marcas portuguesas», reiterou.
O governante deu assim o mote à conferência de lançamento do livro “Mercator da Língua Portuguesa”, do qual a Marketeer é parceira, que decorreu no Centro de Congressos de Lisboa e foi dedicado a temas como as oportunidades de internacionalização das empresas portuguesas – em especial para os países de expressão portuguesa – ou as novas oportunidades do mundo digital.
Numa intervenção em que abordou, com especial atenção, o tema da internacionalização, Pires de Lima afirmou que «qualquer empresa ambiciosa com origem em Portugal» pode aspirar a posicionar-se num mercado com um mínimo de 750 milhões de consumidores. «Entre o mercado nacional, ibérico, europeu, e os países de língua oficial portuguesa, Portugal tem acesso privilegiado e natural a um mercado com 750 milhões de pessoas. É o mercado mínimo a que se devem destinar as empresas ambiciosas com origem em Portugal», frisou.
De resto, as exportações de bens e serviços cresceram quase 40% desde 2009, o que fica dever-se sobretudo às relações comerciais com os países lusófonos, mas que também «não seria possível sem o marketing», afirmou o ministro da Economia.
Como resultado, em 2014 o saldo da balança comercial com os PALOP fixou-se nos 1,8 mil milhões de euros. Mas Pires de Lima considera que há ainda espaço para o movimento inverso, isto é, para que mais empresas com origem nos mercados lusófonos invistam no mercado português: «Portugal é não só uma boa plataforma de negócio com os países lusófonos, mas também uma localização privilegiada para investimentos na Europa», concluiu.
Para além de ter feito o discurso de abertura da conferência de lançamento do “Mercator da Língua Portuguesa”, António Pires de Lima assina o prefácio do livro.
Texto: Daniel Almeida