Telemóvel e conteúdos audiovisuais pagos são os mais procurados. DECO deixa recomendações

Um estudo realizado pela DECO PROteste sobre o mercado das telecomunicações em Portugal revelou as tendências preocupantes e desafios que impactam diretamente os consumidores. Entre as principais conclusões, destaca-se o aumento do consumo de dados móveis, impulsionado pela popularidade dos serviços de streaming e a crescente dependência da internet para comunicação e entretenimento.

De acordo com o inquérito realizado, que contou com mais de 10 mil participantes, 40% dos consumidores já utilizam, pelo menos, 16GB de dados móveis por mês. O estudo analisou um total de 10.515 inquiridos em duas fases, abrangendo 15.535 serviços de streaming de vídeo ou televisão subscritos, 10.645 telemóveis ativos, 9.313 lares com internet fixa, 3.503 telefones fixos instalados e 3.096 serviços de internet móvel contratados.

Apesar da popularidade dos serviços móveis e de streaming, a DECO PROteste sublinha que a satisfação dos consumidores não é total. Entre os principais problemas identificados, estão a qualidade do sinal, a estabilidade da ligação e a diversidade de conteúdos. Além disso, a organização alerta para a necessidade de avaliar cuidadosamente os custos associados a este consumo crescente e de escolher planos tarifários adequados às necessidades individuais.

A fidelização continua a ser uma prática comum no setor, o que levanta preocupações sobre a liberdade de escolha dos consumidores. O estudo revela que a maioria dos clientes mantém-se fiel ao seu operador, mesmo existindo alternativas potencialmente mais vantajosas. Isso levanta a questão de saber se a comodidade da fidelização não estará a impedir a procura por melhores serviços e preços.

A importância de infraestruturas de internet fixa de alta velocidade, como a fibra ótica, para o desenvolvimento do país é inegável. No entanto, a cobertura e a qualidade dos serviços ainda não são uniformes, criando disparidades regionais. O estudo demonstra que a satisfação com a internet fixa está diretamente relacionada com a velocidade, sendo a fibra ótica a opção preferencial.

Já os serviços móveis e os conteúdos audiovisuais pagos são os mais procurados pelos consumidores e aqueles com maior nível de satisfação. Em contrapartida, o telefone fixo continua a perder relevância: apenas 5% dos inquiridos reconhecem-lhe utilidade, quando, no estudo anterior, realizado em 2024, esta percentagem era o dobro. No entanto, este serviço continua a ser obrigatório em quase todos os pacotes combinados, levando os consumidores a pagarem por algo que raramente utilizam.

A DECO PROteste também alerta para a necessidade de maior transparência nas condições de subscrição dos serviços de streaming, face à crescente preocupação com práticas restritivas, como a limitação da partilha de contas. Estas restrições podem afetar até mesmo utilizações legítimas dos serviços.

Para ajudar os consumidores a tomarem decisões informadas, a organização recomenda: analisar as necessidades de consumo de dados, a velocidade da internet e os serviços que realmente utiliza; comparar as ofertas, através de pesquisa, comparações e negociar condições com os diferentes operadores; ter cuidado com a fidelização, ponderando os prós e os contras da fidelização antes de assinar qualquer contrato. Não se esqueça também de reclamar os direitos junto do operador em caso de problemas com a faturação ou com o serviço.

Para Nuno Figueiredo, porta-voz da DECO PROteste, “é fundamental analisar as necessidades individuais e comparar as ofertas disponíveis no mercado para tomar uma decisão informada”. Além disso, considera que “a faturação e a assistência ao cliente são áreas críticas que exigem melhorias urgentes”, destacando a transparência, clareza e eficiência como essenciais para garantir a satisfação dos consumidores.

A DECO PROteste reforça que é “fundamental alertar para a necessidade de maior transparência nas condições de subscrição dos serviços de streaming” e para a “crescente preocupação com práticas demasiado restritivas, que implicam a introdução de mecanismos para evitar a partilha de contas”.

 

 

 

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