Coimbra tem (ainda) mais encanto… com uma cerveja na mão

No Praxis Beer Fest são esperados mais de 30 mil visitantes, prontos para explorar novos sabores, assistir a concertos – Capitão Fausto, Cláudia Pascoal, GNR, Miguel Araújo, Os Quatro e Meia, João Só, Anaquim, Leonor Quinteiro e Guilherme Baptista são algumas das confirmações até ao momento – e mergulhar na cultura cervejeira, interagindo com os produtores e entendendo mais sobre as tradições e inovações deste universo. O evento contará com a participação de restaurantes de topo da região e várias cervejeiras artesanais nacionais e internacionais que apresentarão os seus produtos e novidades. Os visitantes podem adquirir bilhetes para o festival através das plataformas Tricket, Blueticket e Bol.

Pedro Batista, CEO da Praxis e promotor da Praxis Beer Fest, contou à Marketeer que o ano do centenário da Topázio e da Onyx foi o momento adequado para tirar do papel o projecto do Praxis Beer Fest.

Como surgiu a ideia de criar o Praxis Beer Fest?

A Praxis sempre incutiu na sua matriz a preocupação de preservação cultural e do património cervejeiro. A ideia de fazer um festival identitário da forma de estar da Praxis sempre esteve em cima da mesa. Nada melhor do que o ano do centenário das nossas Topázio e Onyx para tirar do papel este projecto.

Qual é o objectivo principal do festival?

Comemorar o centenário de duas marcas icónicas para Coimbra e não só, e, para além disso divulgar o acervo riquíssimo do património cervejeiro de Coimbra. Tudo isto localizado num espaço emblemático da cidade: o Campo de Sta. Cruz localizado no Jardim da Sereia,

Quais os tipos de cervejas que estarão disponíveis no festival?

Haverá participação de cervejeiros nacionais e estrangeiros que irão oferecer uma larga panóplia de tipos de cerveja. Os cervejeiros estarão todos localizados no mesmo espaço, sendo que a preocupação da organização é que possam oferecer a maior diversidade possível de cervejas.

Haverá opções de comida para acompanhar as cervejas?

Sim, haverá duas zonas gastronómicas apostando-se numa delas em produtos endógenos e street food variado e na outra um conceito de grelhados com fogo no chão (the time for grill) cuja responsabilidade ficará a cargo de conhecidos chefs, que trabalham pelo País fora, mas  todos com raízes na região centro.

Que outras actividades ou atracções estarão disponíveis além da degustação de cervejas e das zonas gastronómicas?

Teremos ainda painéis de discussão cervejeira com especialistas nacionais e estrangeiros, bem como a apresentação dos cervejeiros presentes.

Como é que o festival vai contribuir para a promoção da cultura cervejeira em Coimbra e em Portugal?

Esperamos divulgar um pouco da diversidade daquilo que hoje em dia se produz no mundo cervejeiro, sem esquecer as raízes históricas no desenvolvimento deste produto que é a cerveja.

Existem planos para tornar este festival um evento anual?

Para já estamos preocupados com esta edição para comemorar o centenário da Topázio e da Onyx. Quanto a futuras edições é uma ponderação que iremos fazer.

Qual é a importância de Coimbra no cenário cervejeiro português?

Essencial, considerando a sua longa história no mundo da produção de cerveja que remonta a séculos passados. Aliamos a vontade presente de preservação desse património e de criarmos, também, património do presente para ficar para o futuro.

Como é que a Praxis tem contribuído para o crescimento do sector cervejeiro artesanal em Portugal?

A Praxis surge como o primeiro conceito de microcervejeira para produção artesanal em Portugal, no fim da década de 90, sendo hoje a maior produtora de cerveja artesanal do País, no seio de várias dezenas de marcas existentes.

Quais são os principais desafios enfrentados pela Praxis no mercado actual?

Manter a inovação no produto, o acesso a matérias-primas diferenciadas e de qualidade e a logística e distribuição em torno do produto.

Como é que a Praxis se diferencia de outras marcas de cerveja artesanal em Portugal?

Desde logo utiliza a água do rio Mondego, considerada como um produto óptimo para a elaboração da cerveja, mas também pelo empenho que coloca na preservação de certas regras milenares na produção de cerveja sem nunca esquecer a necessidade de inovação constante.

Quais são as expectativas para o futuro do mercado de cerveja artesanal em Portugal?

Pensamos que ainda não foi atingido o patamar de maturidade deste sector o que implicará, obviamente, ajustes na oferta.

Qual a importância histórica das cervejas Topázio e Onyx?

Estamos a falar das mais antigas marcas, actualmente em produção, existentes no País. São marcas que marcam várias gerações de estudantes e não só que passaram por Coimbra. Coimbra dos Amores, mas também Coimbra da Topázio e da Onyx.

Como é que a Praxis está a inovar no desenvolvimento de novos produtos?

Anualmente há o cuidado de apresentar de dois a três novos produtos deferentes, que podem ser uma cerveja sazonal ou outro produto resultante das mesmas matérias-primas utilizadas para a produção de cerveja. Isto tem permitido alcançar novos públicos e fazer algo que é essencial para a Praxis que é praticar uma economia circular.

Quais são os planos futuros da Praxis para expandir sua presença no mercado internacional?

A Praxis já tem algumas incursões no mercado internacional, mas são situações que resultaram, sobretudo, de parceiros que souberam da nossa existência e nos procuraram. Antes de uma aposta forte no mercado internacional precisamos de consolidar a nossa posição em Portugal. Para já a internacionalização passa, também, pelos milhares de visitas que recebemos de estrangeiros na nossa Fábrica-Restaurante-Museu.

Texto de Maria João Lima

*A jornalista escreve segundo o Antigo Acordo Ortográfico