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Consumidores querem sustentabilidade, mas evitam pagar mais por isso
Nos últimos anos, a consciência para o consumo tem ganhado destaque, refletindo uma crescente preocupação dos consumidores com questões sociais e ambientais. Aliás, o movimento “no-buy” tem vindo até a ganhar cada vez mais adeptos nas redes sociais, com a determinação de não se comprar nada além do essencial, preocupando, nesse sentido as marcas.
Mas apesar dessa consciência em que, de acordo com os dados mais recentes, a maioria dos americanos considera importante apoiar marcas socialmente responsáveis, a realidade revela um cenário mais complexo e diferente das intenções.
Dados do índice anual de Consumo Consciente indicam que, embora o gasto com marcas de impacto social tenha aumentado nos últimos anos, a taxa de sucesso em seguir essas intenções atingiu um recorde negativo. O principal obstáculo para essa desconexão? O preço.
Estudos revelam que, embora os consumidores digam, na teoria, estar dispostos a pagar mais por produtos sustentáveis e locais, na prática, optam por ofertas mais acessíveis. Por exemplo, lojas que oferecem “compre um, leve outro” atraem mais clientes do que aquelas que doam um produto para uma causa social a cada compra.
A contradição também é evidente quando se analisa o comportamento de compra. Apesar de quase 30% dos americanos afirmarem ser moralmente contra a Amazon, a maioria continua a comprar na plataforma. Curiosamente, a empresa de Jeff Bezos lidera há seis anos a lista de empresas socialmente responsáveis mais mencionadas espontaneamente pelos consumidores.
Enquanto isso, plataformas como Shein e Temu ganham cada vez mais espaço, oferecendo produtos a preços imbatíveis, independentemente das dúvidas sobre suas práticas de responsabilidade social.
Para que o consumo consciente continue a crescer, ou pelo menos evite uma queda, torna-se essencial reforçar a educação do consumidor face ao verdadeiro custo dos produtos. É necessário ir além do fator preço e criar conexões mais fortes com os consumidores.