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Exportações da indústria alimentar e bebidas atingem recorde de 8.190 milhões de euros em 2024
As exportações da indústria alimentar e das bebidas registaram em 2024 um recorde de 8.190 milhões de euros, mais 8,73% face a 2023 apesar da desaceleração económica mundial, anunciou hoje a Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares (Fipa).
Em comunicado, a Fipa avança que a União Europeia representou 5.593 milhões de euros nas exportações do setor, um aumento 12,6% face ao ano anterior.
Espanha manteve-se como o destino principal das exportações da indústria alimentar e das bebidas nacional, representando quase 39%, sendo que os países que mais contribuíram para o aumento verificado foram Itália, Espanha, Países Baixos e Polónia.
Quanto às exportações para países fora do bloco comunitário, somaram 2.596 milhões de euros, um crescimento de 1,21% face a 2023, tendo o Brasil e os EUA, com subidas de 13,9% e 4,2%, respetivamente, sido os países que mais contribuíram para a balança da indústria alimentar e das bebidas.
Relativamente a 2023, o défice da balança comercial da indústria alimentar e das bebidas decresceu e situa-se agora em 5,44%.
Para a Fipa, estes dados evidenciam que o setor “tem sabido adaptar-se, antecipar-se e responder às exigências do consumidor, ao mesmo tempo que se afirma em mercados cada vez mais exigentes e contribuiu para mudar o perfil da economia portuguesa”.
“Ao ultrapassar a barreira dos 8.000 milhões de euros, a indústria alimentar e das bebidas não só alcançou o objetivo previsto para 2024, como praticamente duplicou as exportações em valor na última década”, destaca o presidente da associação.
Citado no comunicado, Jorge Henriques afirma-se “otimista para os resultados em 2025, apesar da situação tensa na economia global, em função das guerras comerciais e pacotes tarifários de alguns países e blocos económicos”.
Garantindo que o setor está “atento às tensões económicas e aos desafios logísticos”, o dirigente associativo defende “uma consolidação dos instrumentos ao dispor dos empresários para continuarem a sua afirmação internacional” e “uma política que vai para lá do apoio financeiro”.
Apostado em fazer o setor “crescer fora da Europa a 27”, Jorge Henriques sublinha o papel que o Ministério da Economia e a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) devem ter na promoção externa dos produtos nacionais.
Segundo a Fipa, a indústria alimentar e das bebidas é “a indústria transformadora que mais contribui para a economia nacional” e a que “mais emprego gera”, sendo responsável por 113.000 postos de trabalho diretos e cerca de 500.000 indiretos e assumindo “uma grande importância no desenvolvimento do tecido empresarial – nomeadamente nas zonas do interior onde o setor situa as suas unidades industriais – e na afirmação do potencial de evolução da autossuficiência alimentar do país”.