Locke de Santa Joana: Antigo convento transformado em hotel premiado. O segredo? “Um equilíbrio cuidadoso entre o design moderno e os elementos tradicionais portugueses”

O Locke de Santa Joana é um exemplo notável de como o antigo pode ser reinventado e de como um projeto que levou cinco anos e envolveu a restauração de um antigo convento, pode ser premiado pelo esforço e paixão. Foi há seis meses que o hotel de quatro estrelas, renascido de um antigo convento, foi inaugurado. Recentemente recebeu a distinção de “Melhor Abertura” pela revista de design “Wallpaper”.

O projeto mistura um equilíbrio entre história e modernidade, que se torna ainda mais evidente no museu aberto no local, onde são exibidos os artefatos encontrados durante a restauração do edifício. A revista de design entrega o prémio destacando “a sua inventividade de design e disposição solarenga” do hotel de quatro estrelas.

Em entrevista à Marketeer, o porta-voz do Locke, grupo hoteleiro dedicado a aparthotéis, afirma que o hotel de Santa Joana distingue-se pela fusão entre a restauração de um convento do século XVII e um design contemporâneo, respeitando a identidade da cidade. O maior desafio foi equilibrar a preservação histórica com a criação de um espaço moderno e funcional.

Segundo o grupo, os hóspedes destacam o design, a limpeza e o serviço, e mostram grande interesse na arte exposta. Embora não haja planos imediatos para replicar o conceito em Portugal, a Locke continua focada na inovação.

1. Qual é o significado de receber este prémio apenas seis meses após a abertura? Estavam à espera?

Receber o Wallpaper Design Award para Melhor Abertura foi um momento incrivelmente emocionante para todos os envolvidos. Estamos muito entusiasmados por receber este reconhecimento pelo trabalho árduo e pela criatividade que tornaram esta propriedade única.

Mais do que tudo, este prémio é um incentivo fantástico para todos os que participaram no projeto—desde os arquitetos e designers envolvidos até aos artesãos locais, artistas e a dedicada equipa do hotel. O seu esforço e paixão foram fundamentais para dar vida a este conceito, e este prémio reforça a importância do que estamos a construir juntos. É uma enorme motivação para a equipa e encoraja-nos a continuar a desafiar os limites do design nos projetos futuros.

2. O prémio terá impacto na estratégia de expansão ou inovação da cadeia Locke em Portugal?

Enquanto marca, adoramos a vibrante cidade de Lisboa, e é uma honra trazer o conceito único da Locke para Portugal. No entanto, no curto prazo, estamos focados na próxima abertura do Le Jardin de Verre by Locke em Paris, já este mês, e ansiosos por expandir também para a Dinamarca em breve.

Pretendemos continuar a crescer no Reino Unido e na Europa, à medida que procuramos responder às necessidades dos viajantes globais que procuram experiências inovadoras e centradas no design—algo ainda pouco explorado pelo mercado tradicional da hotelaria.

3. Como é que o design e a arquitetura do Locke de Santa Joana refletem a cultura e identidade de Lisboa e se distinguem dos outros hotéis?

O Locke de Santa Joana é uma propriedade singular, não só pelo seu design e arquitetura, que combinam a restauração de um convento do século XVII com um hotel contemporâneo, mas também por ser o nosso maior projeto até à data. O hotel conta com 370 unidades—entre apartamentos, quartos de hotel, penthouses e suítes—distribuídas por nove pisos, além de espaços gastronómicos e sociais impressionantes.

Os estúdios de design Lázaro Rosa-Violán e Post Company trabalharam em colaboração para abordar o projeto com sensibilidade, integrando cuidadosamente o antigo e o novo para reimaginar este importante local histórico. Esta propriedade capta essa essência através de um equilíbrio cuidadoso entre o design moderno e os elementos tradicionais portugueses, profundamente influenciado pela rica história, cultura e identidade única de Lisboa.

4. Quais foram os maiores desafios ao transformar um convento num hotel?

A conversão de um convento do século XVII no Locke de Santa Joana apresentou desafios únicos, sobretudo na preservação da sua integridade histórica enquanto se criava um hotel moderno e funcional.

O principal objetivo era garantir que a nova infraestrutura não comprometesse o charme do convento. Outro grande desafio foi a fusão entre os elementos de design contemporâneo e as antigas paredes de pedra e tetos abobadados do convento, criando uma transição harmoniosa entre o passado e o presente.

No final, o resultado é um espaço onde a história enriquece a experiência dos hóspedes, proporcionando conforto e sofisticação num ambiente cheio de significado.

5. De que forma o Locke de Santa Joana contribui para o turismo em Lisboa, tanto economicamente como culturalmente?

O Locke de Santa Joana não é apenas um local para dormir — é uma experiência que acrescenta valor ao turismo de Lisboa a vários níveis, tanto económicos como culturais.

Ao oferecer uma fusão única entre hospitalidade moderna e património histórico, o hotel atrai uma grande diversidade de viajantes, desde turistas de lazer a profissionais em viagem de negócios ou estadias prolongadas. Esta ampla oferta contribui para fortalecer a posição de Lisboa como destino turístico, gerando receitas para a economia local e promovendo a criação de empregos no setor da hotelaria e serviços.

Culturalmente, o hotel preserva o convento e integra-o na identidade da marca Locke, destacando as raízes históricas e arquitetónicas de Lisboa. O edifício conta uma parte da história da cidade, e ficar hospedado aqui permite aos visitantes vivenciar esse passado de perto.

Além disso, o Locke de Santa Joana atrai viajantes interessados na cultura, incentivando-os a explorar não só o hotel, mas também a vibrante cena artística, histórica e gastronómica de Lisboa. Desde a sua abertura, a equipa tem participado e estabelecido parcerias com eventos locais, abrangendo moda, arte e gastronomia.

6. Que tipo de feedback dos hóspedes ou visitantes de Lisboa foi mais marcante?

Foram seis meses incríveis desde a abertura, e as avaliações dos hóspedes têm sido extremamente positivas. O hotel atingiu um Global Review Index de 89% no ReviewPro, com pontuações ainda mais altas na limpeza (92%) e no serviço (94%).

Muitos hóspedes mostraram grande interesse no design e na arte local presente no hotel. Utilizámos obras de vários artistas portugueses, proporcionando-lhes um espaço para exporem o seu trabalho. Além disso, mantemos uma forte ligação à comunidade através de workshops, aulas de desenho e outras atividades organizadas pela equipa do Locke de Santa Joana, abertas tanto a hóspedes como a residentes locais.

7. Há planos para replicar ou adaptar elementos do Locke de Santa Joana noutros hotéis da cadeia em Portugal, ou este é único nas suas características?

Por agora, estamos focados na abertura do Le Jardin de Verre by Locke em Paris este mês, e na nossa expansão para a Dinamarca em breve.

8. Como é que o hotel equilibra modernidade com respeito pela história do antigo convento?

O Locke de Santa Joana encontra um equilíbrio delicado entre a modernidade e o respeito pela história do convento através de um design cuidadoso e respeitoso. A riqueza histórica do edifício foi preservada desde o início do projeto, integrando elementos originais na nova estrutura.

Características como as paredes de pedra, os tetos abobadados e os claustros foram restaurados e incorporados no design. Ao mesmo tempo, o estilo moderno da Locke está presente em todo o hotel. Muitos dos apartamentos preservam fragmentos arquitetónicos históricos, combinando-os com confortos contemporâneos em tons naturais e materiais táteis.

A utilização de tecidos locais, cerâmica e pedra portuguesa é complementada por iluminação contemporânea, mobiliário feito à medida e cozinhas totalmente equipadas. Cada detalhe do design presta homenagem ao património do edifício, mantendo, ao mesmo tempo, uma forte ligação com a Lisboa moderna e vibrante.

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