“Trend or Hype?” 10 fenómenos que vão moldar o futuro das marcas (e algumas recomendações)
A primeira edição do estudo “Trend or Hype”, desenvolvido pelo Publicis Groupe, foi divulgado em Portugal após as suas apresentações em Espanha e Itália. Este relatório analisa dez fenómenos sociais que podem ser cruciais para as marcas se tornarem culturalmente relevantes.
A metodologia do estudo baseia-se na análise de tendências sociais através de redes sociais e social listening. Os fenómenos são avaliados em três etapas: uma análise das perceções nas redes sociais (positivas ou negativas), um inquérito quantitativo com 500 entrevistas representativas da população portuguesa, e um inquérito qualitativo dirigido a profissionais da área.
O objetivo do estudo é provocar reflexão nas marcas sobre a relevância e o alinhamento das suas estratégias com esses fenómenos. Os dez fenómenos sociais analisados são:
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Orgulho low-cost
A perceção sobre o consumo low-cost mudou, deixando de estar associada a falta de qualidade ou status inferior. Hoje, comprar de forma económica é visto como uma decisão inteligente e sustentável, com marcas low-cost a ganharem prestígio e fidelização dos consumidores.
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Diversidade é a norma
A inclusão e a representatividade tornaram-se expectativas fundamentais na sociedade. A diversidade já não é uma tendência, mas sim uma exigência, refletindo-se nas comunicações das marcas, na cultura empresarial e nas políticas sociais.
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Tecnologia: amigo ou inimigo?
A crescente digitalização levanta um dilema: a tecnologia melhora a eficiência e o acesso à informação, mas também gera preocupações com privacidade, desinformação e impacto na saúde mental. A sociedade oscila entre a dependência e o receio dos avanços tecnológicos.
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Economia da atenção
Num mundo saturado de estímulos digitais, captar e reter a atenção do público tornou-se um desafio. As marcas e os meios de comunicação competem por segundos de visibilidade, levando ao desenvolvimento de conteúdos mais curtos, impactantes e personalizados.
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Senior power
A população sénior está mais ativa, digitalizada e exigente, recusando-se a ser deixada à margem das tendências de consumo e inovação. Este grupo demográfico ganha influência e representa uma oportunidade crescente para marcas e negócios.
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Economia YOLO
O conceito de “You Only Live Once” (YOLO) reflete a priorização do presente sobre o futuro. Após períodos de incerteza global, muitas pessoas optam por experiências e consumo imediato, valorizando prazer, bem-estar e espontaneidade em detrimento da poupança.
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Sociedade dos extremos
As redes sociais e a polarização política contribuem para uma sociedade onde opiniões moderadas são abafadas e os extremos ganham mais visibilidade. O debate público torna-se cada vez mais radical e segmentado, desafiando a coesão social.
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Bem-me-quer, mal-me-quer?
O desejo por relações autênticas e significativas cresce, mas, ao mesmo tempo, as interações tornam-se mais voláteis e efémeras. No digital e na vida real, as ligações humanas enfrentam um paradoxo entre proximidade e afastamento.
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Sociedade sem tempo
O ritmo acelerado da vida moderna faz com que o tempo se torne um dos bens mais preciosos. A procura por soluções rápidas, automatizadas e convenientes cresce, afetando hábitos de consumo e relações interpessoais.
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Diluição do compromisso
A sociedade atual valoriza flexibilidade e liberdade, o que leva a um menor compromisso em várias áreas – desde relações pessoais até carreiras profissionais. O medo de compromissos definitivos reflete-se em padrões de consumo e comportamento.
Estes fenómenos, embora globais, apresentam nuances específicas em cada mercado, refletindo os contextos políticos e culturais locais.
Em Portugal, por exemplo, a análise revelou que apenas dois fenómenos se destacam como tendências fortes: “Tecnologia: Amigo ou inimigo?” e “Orgulho low-cost”, devido ao impacto que ambos têm na sociedade e nos comportamentos de compra.