Sofás IKEA podem já ter sido um colchão. Confuso? Nós explicamos
Já imaginou de que é feito o seu sofá IKEA? Ou a sua poltrona? E se lhe disséssemos que até há pouco tempo, a maioria dos colchões descartados em Amesterdão acabava diretamente em incineradores. No entanto, atualmente, cerca de metade dos colchões nos Países Baixos são reciclados, e esse número continua a crescer.
A empresa RetourMatras, localizada nos arredores de Amesterdão, está na linha da frente desse avanço. Através de tecnologia automatizada, a empresa desmonta colchões para reaproveitar materiais como espuma de poliuretano, látex e molas metálicas. De acordo com o site FastCompany, mais de 80% de um colchão pode ser reciclado, e uma inovação da empresa permite transformar espuma de poliuretano em novos blocos químicos que servem depois para fabricar espuma reutilizável em mobiliário.
De acordo com a Ikea Portugal à Marketeer, essa tecnologia ainda não está disponível no nosso país, sendo, para já, algo a acontecer apenas nos nos Países Baixos, Reino Unido e em França, onde a RetourMatras tem instalações e pode reciclar 2,5 milhões de colchões por ano.
Desde 2019, o grupo Ingka, braço de investimentos ao qual pertence a Ikea Portugal, investe na RetourMatras para impulsionar os seus objetivos de economia circular. A marca já incorpora espuma reciclada em sofás e cadeiras, e um colchão vendido nos Países Baixos inclui 10% de polímero reciclado.
Este mês, o grupo anunciou que vai investir mil milhões de euros em empresas de reciclagem com o objetivo de melhorar a gestão dos resíduos criados quando móveis, roupas de cama ou colchões da IKEA são mandados fora.
A decisão de investir surge numa altura em que a União Europeia tem vindo a reforçar a legislação que cobra taxas a retalhistas por cada item têxtil ou de vestuário vendido de forma a arrecadar dinheiro para a triagem e reciclagem de quantidades cada vez maiores de têxteis descartados que sobrecarregam os serviços de gestão de resíduos.
Destes mil milhões, a Ingka Investments destinou cerca de dois terços do dinheiro — 667 milhões de euros — para novos investimentos, ainda não anunciados, em empresas de reciclagem, com foco especial em têxteis. O restante será gasto em empresas nas quais a Ingka já investiu, incluindo a empresa de reciclagem de colchões RetourMatras e a recicladora de plásticos Morssinkhof Rymoplast.
A dona da Ikea procura ainda investir na reciclagem de madeira, um material essencial para os móveis da marca sueca.
A Ingka tem como meta reciclar o máximo de colchões, plásticos e tecidos que a IKEA vender até 2030.