Ricardo Henriques da Silva, da White Way: “Para competir e crescer é necessário estar na vanguarda da inovação”
Como é que a White Way, enquanto agência de estratégia de marca e criatividade, se está a preparar para os desafios do mercado em 2025?
A White tem no seu plano estratégico o investimento em inovação e formação da equipa para se manter competitiva e atualizada com as tendências do mercado. Desde o final de 2022 que demos passos importantes na evolução digital e na integração de Inteligência Artificial (IA), o que nos coloca numa boa posição para enfrentar os desafios de 2025. Também estamos focados em melhorar continuamente as nossas competências e credenciais, garantindo que podemos responder rapidamente às mudanças e necessidades dos nossos clientes.
Mas o grande foco da equipa de gestão são as pessoas. Internamente é a relação que criamos com todos os nossos colaboradores, dos estagiários à linha de supervisão, e o enquadramento de desenvolvimento pessoal e profissional que promovemos. Externamente é a relação que criamos com os nossos clientes, onde tipicamente nos tornamos uma extensão das suas equipas, fruto do trabalho de todos, mas liderado pelos Partners e pelas Direções de Clientes e de Estratégia.
Com base no foco em parcerias com “Pessoas, Marcas e Empresas”, que tipos de colaborações acredita que terão maior impacto no próximo ano?
Acreditamos que as colaborações que combinam criatividade e tecnologia terão um impacto significativo. Parcerias com empresas de tecnologia, startups inovadoras e influenciadores digitais poderão ser muito importantes para criar soluções criativas que ressoem com um público cada vez mais culto e exigente. Além disso, vemos as parcerias que promovem a sustentabilidade e a autenticidade a ser cada vez mais valorizadas.
Num contexto em constante mudança, quais são os principais desafios que identifica para as marcas em 2025? Como é que a White Way ajuda a superá-los?
Diria que os principais desafios estratégicos e operacionais incluem a vontade de incluir a IA de forma cada vez mais transversal, manter o foco numa correta gestão da marca e a necessidade de se afirmarem como relevantes e autênticas em mercados tipicamente saturados e alinhados por tendências. Vemos o desafio macro em como trabalhar as marcas para se diferenciarem dos concorrentes face a um cenário de produtos e serviços cada vez mais homogéneo.
A White tem sido uma parceira de sucesso para diferentes marcas, ajudando-as a superar diferentes desafios através de estratégias personalizadas, que são desenvolvidas com uma metodologia própria e em grande proximidade com os nossos clientes. A complementaridade entre estratégia, criatividade e tecnologia construída ao longo de +18 anos tem sido estrutural para conseguirmos responder com sucesso a briefings cada vez mais exigentes e ambiciosos.
Como é que a White Way equilibra a criatividade com uma abordagem orientada para resultados? Esta relação será diferente no próximo ano?
Ao longo dos anos fomos percebendo a importância de nos diferenciarmos através da componente estratégica e hoje a nossa Diretora de Estratégia é uma consultora com percurso efetuado numa das Big Four, que trabalha diretamente com as equipas de estratégia, conteúdo, design e digital, pelo que procuramos equilibrar criatividade e resultados através de uma abordagem holística baseada em objetivos, know-how e dados. Atualmente, temos a capacidade de intervirmos em diferentes momentos da jornada do cliente e em 2025 continuaremos a refinar esta abordagem com novas ferramentas analíticas, trabalhando simultaneamente no desenvolvimento da integração de IA para otimizar processos e resultados.
Que papel terão as novas tecnologias, como a inteligência artificial, nas estratégias de marca e criatividade que a agência propõe para os seus clientes?
Antes da tecnologia e das inúmeras soluções que existem hoje em dia no mercado é fundamental que exista ambição na criatividade e coragem na mudança. Se não conseguirmos assegurar estes dois pontos, será muito difícil atingir resultados satisfatórios em qualquer área de negócio.
Em relação à IA, o que temos sentido é que de facto é uma força transformadora, afirmando-se como uma ferramenta poderosa pela capacidade que tem de impulsionar o desenvolvimento de projectos, de criar bases de inspiração, de expandir a expressão criativa ou de acelerar processos, pelo que nunca olhámos para a IA como uma ameaça ao nosso negócio, mas antes como um complemento das nossas ideias e da nossa criatividade. E por isso em 2025 pretendemos continuar a evoluir o conhecimento e a utilização de diferentes ferramentas de IA, que nos permitam melhorar a competitividade da agência e oferecer soluções mais eficazes e inovadoras aos nossos clientes. Acreditamos que este processo pode originar resultados com enorme potencial transformador, abrindo novas oportunidades para a inovação e para o crescimento dos negócios.
De que forma a White Way pretende apoiar as marcas a responder às crescentes expectativas dos consumidores em relação à autenticidade e sustentabilidade?
A agência procurou nos últimos anos reforçar o seu posicionamento de empresa responsável e comprometida com os princípios da sustentabilidade nas suas diversas dimensões, sendo desde 2022 uma empresa associada do GRACE. Ou seja, antes de apoiarmos os nossos clientes, procurámos nós próprios ser um agente de mudança numa jornada que nos impacta a todos. Este compromisso coloca-nos numa posição privilegiada para ajudar as marcas a serem mais transparentes e responsáveis. Operacionalmente desenvolvemos estratégias que destacam os valores autênticos das marcas e promovem práticas sustentáveis, alinhando-as com as expectativas dos consumidores. A nossa abordagem é baseada na evolução contínua e na adaptação às novas exigências do mercado.
Quais são, na sua opinião, os setores ou indústrias que estarão mais abertos a inovações criativas e estratégicas em 2025?
Honestamente, diria todos. Quando olhamos à volta vemos a IA e a automação a transformar setores inteiros, vemos uma cada vez maior transição para uma economia de baixo carbono, o e-commerce a crescer exponencialmente, a Realidade Virtual e a Realidade Aumentada a redefinir o consumo de media, o setor financeiro a integrar-se com blockchain, o setor da moda a procurar criar produtos ecológicos e modelos de negócio circulares, os exemplos estão por todo o lado, em todos os setores. Na saúde, na energia, na logística, no entretenimento, na educação ou na alimentação. É transversal. E para competir e crescer é necessário estar na vanguarda da inovação. E por isso todos os setores estão constantemente a evoluir e a procurar novas formas de se conectar com os consumidores.
Por fim, que conselho daria às marcas que procuram uma abordagem mais estratégica e criativa para alcançar os seus objetivos em 2025?
Antes de mais que escolham a agência certa para trabalhar, que partilhem objetivos e dados, que alinhem a visão criativa com um parceiro capaz de materializar ideias de forma consistente e comprometida e que tenham a coragem para encarar a mudança como algo de positivo. Todos sabemos que a mudança é o motor do crescimento e da inovação, mas nem todos conseguem sair da zona de conforto, algo fundamental num mundo em constante transformação.
Conhecer o cliente e colocá-lo no centro das estratégias, desenvolver narrativas de marca que sejam autênticas, inspiradoras e educativas, incorporar tecnologias emergentes, manter o foco na experiência do utilizador e explorar novos canais serão pontos fundamentais na procura de novas vantagens competitivas. Da mesma forma que é importante ser ágil e assumir estratégias flexíveis e optimizadas com base nos KPIs definidos e nas medições analíticas que nos permitem aprender e ajustar.
E finalmente, garantir o alinhamento entre Estratégia e Criatividade, porque são muito mais eficazes quando trabalham juntas. A Criatividade sem direcção não é eficaz e a Estratégia sem ideias inovadoras e ambiciosas também não.