Ericsson e Nokia propõem pacote de medidas para salvar o futuro tecnológico da Europa ameaçado pelos EUA e a China

Num momento crucial para o futuro da indústria tecnológica europeia, a Ericsson e a Nokia, dois gigantes tecnológicos, uniram-se para fazer um apelo. Juntamente com empresas como ASML e SAP, organizaram recentemente a cimeira “Nova Ambição Industrial para a Europa”, em Bruxelas, com o objetivo de discutir estratégias para impulsionar a digitalização e recuperar o protagonismo da Europa na corrida tecnológica global (atualmente dominada pelos Estados Unidos e pela China).

De acordo com o relatório Draghi, de setembro de 2024, a Europa enfrenta uma lacuna de investimento em Investigação e desenvolvimento tecnológico (I&D) de 450 mil milhões de euros em relação aos seus concorrentes. Este défice tem gerado uma perda anual de produtividade de 20%, colocando em risco a liderança do continente no desenvolvimento de tecnologias de conectividade.

A mensagem da Ericsson e da Nokia é clara: a Europa deve agir urgentemente para inverter esta tendência. Para isso, é necessário implementar as recomendações dos relatórios Draghi e Letta, que focam a promoção da inovação, o incentivo ao investimento em tecnologias-chave, a possibilidade de expansão e a redução da fragmentação.

Entre as propostas apresentadas pelas gigantes tecnológicas estão o reforço do investimento e o acesso ao capital, a criação de um mercado único digital, a implantação de infraestruturas de 5G e a simplificação da regulamentação.

Mais, o pacote de medidas sugere ainda a aplicação de práticas comerciais justas, retirar propostas legislativas prejudiciais, como a atual proposta sobre patentes essenciais padrão, e alinhar a conectividade com os objetivos ecológicos da UE, promovendo o desenvolvimento sustentável e responsável.

A Ericsson e a Nokia também defenderam a implementação de políticas de segurança para o 5G e a reforma das diretrizes de concorrência para fortalecer as empresas europeias no cenário global.

Börje Ekholm, CEO da Ericsson, e Pekka Lundmark, CEO da Nokia, alertaram para a urgência de uma resposta coordenada, sublinhando que competitividade europeia está em jogo, e o atraso na implementação de mudanças poderá ter consequências graves tanto para a economia quanto para o futuro da região.

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