Super Bock Group: Sustentabilidade em todos os sentidos

O Super Bock Group acredita que a sustentabilidade não deve ser associada apenas ao ambiente, mas também à dimensão social e económica. Em conjunto, estas três componentes são essenciais ao desenvolvimento sustentável. «As pessoas são também natureza. Falar de ambiente, é falar de pessoas e economia, e vice-versa», começa por referir Graça Borges, directora de Comunicação, Relações Institucionais e Sustentabilidade do Super Bock Group.

Se a essência da sustentabilidade é assegurar que o que usamos e como usamos não compromete as gerações actuais e futuras de viverem de forma próspera no planeta, a mesma responsável destaca que esta é uma forma de garantir que estão a responder às necessidades da empresa de forma socialmente justa, ambientalmente positiva e economicamente viável.

Esta visão de futuro já estava, aliás, presente na fundação do Super Bock Group, há mais de 130 anos, quando os sete fundadores idealizaram algo que perdurasse para além das suas vidas e das vidas dos seus filhos. «É uma história com provas dadas de uma preocupação com as pessoas, desde logo com os colaboradores, mas também com as comunidades envolventes às unidades fabris, fazendo estender o crescimento do negócio à prosperidade do seu ecossistema, social e ambiental», acrescenta.

Este é, aliás, um legado que as lideranças actuais do grupo procuram dar continuidade, num modelo de governance que assegura que a sustentabilidade está no centro de todas as decisões, minimizando riscos e maximizando os impactos positivos. E isso é feito através da criação de um Comité de Sustentabilidade, que integra áreas-chave da empresa como a administração, a investigação, desenvolvimento & inovação, os projectos e gestão de instalações, o procurement, o marketing ou as pessoas. «Assegurar que a sustentabilidade tem lugar em tudo o que fazemos, é assegurar que cumprimos com quatro compromissos fundamentais rumo a um futuro mais responsável: Mais Pessoas e Comunidades, Mais Consumo Responsável, Menos Água e Menos Carbono», assegura Graça Borges.

Não obstante, as empresas enfrentam vários desafios na transição para práticas mais sustentáveis, a começar pela iliteracia. Como refere a mesma responsável, a sustentabilidade é um termo e conceito que pode ser aplicado a várias realidades. «O desconhecimento do que é a sustentabilidade e de tudo o que lhe é inerente conduz, não raras vezes, a interpretações e actuações “afuniladas” e pode levar até ao risco de greenwashing. Para combater esta realidade é importante investir na aquisição de conhecimento sistémico, o que, em si, é também um grande desafio», complementa. Além disso, o grupo debate-se com outros desafios, nomeadamente o cumprimento das metas da transição para modelos mais justos para a sociedade, sem ser a custo dos escassos recursos naturais, assim como com a tecnologia, que está em constante evolução.

A sustentabilidade é um trabalho “interno”, mas que o grupo acredita que tem de ser estendido ao longo da cadeia de valor – clientes, fornecedores, parceiros, comunidades onde estão inseridos e consumidores –, desconstruindo e sensibilizando para o papel que cada um tem, num trabalho que terá melhores resultados quanto maior for a colaboração entre todos.

REDUZIR A PEGADA AMBIENTAL

O objectivo do Super Bock Group é atingir a neutralidade carbónica até 2030, nas emissões de âmbito 1 e âmbito 2. Para tal, os esforços têm sido no sentido da redução das emissões de CO2, de energia consumida, bem como de resíduos e consequente redução de emissões de GEE. Por outro lado, também as embalagens têm sido repensadas, reduzindo o peso das mesmas para menor uso de matérias-primas virgens e promovendo a extensão do seu ciclo de vida. «É por isso que dizemos, com orgulho, que as nossas embalagens retornáveis têm várias vidas e que todas as de uso único têm a possibilidade de ser devolvidas aos ecopontos para voltarem a ser embalagens (como as garrafas de vidro)», destaca Graça Borges.

Além disso, outras acções têm sido postas em prática para combate e adaptação às alterações climáticas, e promoção da eficiência energética. Em 2024, Castelo de Vide viu nascer a primeira de seis comunidades de energia que o Super Bock Group está a implementar em parceria com a Greenvolt, onde se encontram 1465 painéis fotovoltaicos que vão permitir uma produção de 1180 MWh/ano. Ou seja, 60% desta energia será canalizada para autoconsumo da fábrica e 40% para a comunidade local, famílias e empresas, numa área de 4 km, a preços mais acessíveis. Está, também, em curso a criação de mais comunidades de energia, nos Centros de Produção de Leça do Balio (Matosinhos), Pedras Salgadas, Ladeira de Envendos e centro logístico de Santarém. «Prevê-se que a energia limpa produzida por todas estas comunidades possa ser partilhada com até 5900 empresas e famílias, que poderão beneficiar de uma redução de até 33% no custo da energia», partilha a directora de Comunicação do grupo.

Mas, na sua actividade, existe uma questão incontornável e que constitui um dos maiores desafios que a empresa encontra nesta jornada rumo à transição energética: as embalagens, que são o garante do transporte das bebidas com a devida segurança e qualidade até aos consumidores. Para contornar esta questão, Graça Borges recorda o que estão a fazer: «Desenvolvemos acções para que as nossas embalagens sejam cada vez mais circulares, tendo em vista o ODS 12: “Produção e Consumo Sustentáveis”. O nosso compromisso para com a circularidade das nossas embalagens é total!»

EMBALAGENS RETORNÁVEIS

Em linha com os princípios da economia circular, há vários anos que o Super Bock Group implementou um Programa de Melhoria Contínua das embalagens, com o objectivo de promover não só as embalagens retornáveis (todas as marcas da empresa possuem embalagens retornáveis, como garrafas de vidro em grades e/ou barris), como a sua circularidade, ou seja, soluções que reduzam o uso de matérias-primas virgens na produção das embalagens de uso único e, ainda, a integração de mais materiais reciclados, seja nas garrafas PET ou nas grades. «Ao longo dos anos temos desenvolvido vários projectos de inovação & desenvolvimento assentes no ecodesign e biomimicry (soluções inspiradas na natureza). A título de exemplo, nos últimos 15 anos, só na marca Vitalis, foi evitado o uso de mais de 7000 toneladas de PET», exemplifica. Na marca Super Bock, a redução de gramagem das embalagens de vidro permitiu uma diminuição de cerca de 88 mil toneladas de vidro.

Ainda no sector das cervejas, o Super Bock Group tem investido, também, num sistema de abastecimento com zero embalagens, o Beer Drive, correspondente a cisternas de 250 a 1000 litros, que transferem directamente para tanques dos pontos de venda, permitindo zero resíduos de embalagens de uso único. Em relação aos subprodutos e resíduos gerados no processo produtivo, o Super Bock Group tem soluções de reaproveitamento através da venda para outras indústrias, assim como parcerias com entidades externas que ajudam nesta reciclagem, como, por exemplo, o filme plástico pós-uso, que é enviado a um fornecedor para a produção de novo plástico retráctil.

Ao longo da cadeia de valor, a monitorização dos impactos ambientais é feita com recurso a consultoria de especialidade. Desde 2022, o grupo realiza o Estudo da Pegada de CO2, cujo resultado é reportado no Relatório de Sustentabilidade. «Realizamos também estudos específicos sobre, por exemplo, a pegada hídrica, e definimos metas internas que são acompanhadas regularmente, quer por comités especializados, quer pelas equipas operacionais», defende a profissional.

Sobre o valor da água, não é difícil perceber o quão relevante é este recurso para o negócio e para o planeta. Por isso, um dos grandes compromissos do grupo é reduzir o impacto da sua actividade nos recursos hídricos. «Reduzir o consumo de água, reutilizar sempre que possível e tratar a água com eficiência dentro das nossas operações é uma preocupação que existe desde sempre. Hoje em dia, medimos o uso de água em termos de litros de bebida produzidos. No início dos anos 2000, utilizávamos mais de cinco litros de água por litro de bebida. Esse valor foi diminuindo e, em 2019, já estávamos nos três litros. Agora, estamos nos 2,8 litros por litro de bebida, o que representa um avanço, mas ainda há caminho a percorrer, face ao objectivo que temos para 2030: chegar aos 2,2 litros», ressalva Graça Borges.

APOIO A CAUSAS SOCIAIS

Uma empresa só pode prosperar quando o ecossistema social com o qual se relaciona se desenvolve. Esta visão de sustentabilidade integral na componente social faz parte da essência e da história do Super Bock Group que, desde a sua génese, demonstra esta consciência. Nesse sentido, em 1897, foi criado um fundo operário para premiar a dedicação dos colaboradores e apoiar os mais desfavorecidos e, em 1947, começaram a ser atribuídos donativos e subsídios a operários com doenças graves. Além disso, a empresa criou um clube desportivo, um anfiteatro para promover a cultura e ofereceu instrução primária aos operários, combatendo o analfabetismo e demonstrando um compromisso centenário com as pessoas como centro da sua actuação. «Hoje, a empresa continua a apoiar causas associadas à educação, pois só assim é possível promover a igualdade de oportunidades e a inclusão social que traga prosperidade à vida das pessoas; à cultura, enquanto vector essencial para a promoção do sentido de pertença a uma comunidade e elemento potenciador da ascensão social e da inclusão; e à valorização das pessoas», enaltece.

Sobre parcerias recentes ou acções com impacto na comunidade, são muitos os projectos apoiados pelo Super Bock Group. A parceria com a EPIS – Empresários Pela Inclusão Social, desde a sua fundação em 2006, é uma delas. O grupo é um dos 39 investidores sociais para atribuição de bolsas a alunos, escolas e entidades sociais de todo o país, no âmbito do programa de Bolsas Sociais da EPIS, uma associação que apoia jovens de mérito académico no ensino superior, oriundos de famílias economicamente desfavorecidas. «É um privilégio e um orgulho fazer parte de uma iniciativa que transforma vidas e inspira gerações. No último ano, foram atribuídas 235 bolsas a alunos e jovens adultos de 84 concelhos, incluindo Açores, Madeira e jovens de 14 nacionalidades diferentes», clarifica a responsável de Comunicação, Relações Institucionais e Sustentabilidade.

Além disso, em todas as comunidades onde opera, o grupo estabeleceu parcerias com associações desportivas, culturais e Bombeiros Voluntários. Desde 1989, integram a Fundação de Serralves e, desde 2005, o conselho de fundadores da Casa da Música, mantendo-se como mecenas de ambas. Recentemente, a empresa celebrou um protocolo de mecenato com o Museu Nacional Soares dos Reis e a Associação Bombarda. Desde 2013, colaboram com a Educafrica, uma ONGD que promove projectos de Educação, Sustentabilidade Ambiental e Saúde nos países lusófonos africanos, cujo apoio permitiu iluminar casas na aldeia de Gelba com lâmpadas feitas de garrafas Vitalis, bem como sensibilizar e formar comunidades na Guiné-Bissau e Moçambique sobre a valorização de resíduos.

«Procuramos apoiar iniciativas sociais alinhadas com os nossos valores e com os compromissos de sustentabilidade que assumimos enquanto grupo junto dos nossos stakeholders. Apoiar o desenvolvimento das comunidades através da educação, da cultura e de valorizar as pessoas é um dos nossos compromissos. Do pequeno apoio aos apoios mais estruturados, fazê-lo tem sempre por trás a motivação altruísta de sabermos que podemos fazer a diferença na vida das pessoas e comunidades», remata Graça Borges.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Sustentabilidade e responsabilidade social”, publicado na edição de Dezembro (n.º 341) da Marketeer.

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