Patentes portuguesas ganham força no mercado global
O Barómetro Inventa – Patentes Made in Portugal revelou um aumento significativo no número de pedidos de patente de origem portuguesa, refletindo a aposta estratégica na proteção de propriedade industrial para competir globalmente. Entre 2012 e 2022, o número de pedidos internacionais cresceu 12,4% ao ano na Europa e 9,1% em outros mercados internacionais, consolidando a internacionalização da inovação portuguesa.
Estados Unidos, Europa, China e Canadá são os destinos favoritos para a proteção das invenções nacionais, com os EUA liderando devido ao dinamismo em transferência de tecnologia.
No caso de Portugal, em apenas uma década, subiu da 23.ª para a 18.ª posição no ranking europeu de pedidos de patente, impulsionado por uma maior despesa em Investigação e Desenvolvimento (I&D) e do apoio de programas como o Portugal 2020 e o Compete 2020.
Entre 2012 e 2022, o número de pedidos de patente feito ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) cresceu 1,7% por ano. Internacionalmente, o avanço é ainda mais expressivo, com um crescimento anual de 12,4% na Europa e 9,1% em mercados globais. Em 2022, foram registados 1.019 pedidos de patente em institutos estrangeiros, mais do que o dobro do número de 2012 (420 pedidos).
As áreas farmacêutica, tecnologia médica, biotecnologia e tecnologia computacional lideram em número de pedidos, tendo o setor de tecnologia médica, em particular, vindo a destacar-se tanto em novos pedidos quanto em concessões de patentes, refletindo o foco crescente do país em áreas estratégicas como saúde e engenharia.
Por outro lado, as regiões Norte, Centro e a Área Metropolitana de Lisboa concentram mais de 90% dos pedidos de patente, com universidades desempenhando um papel-chave. Instituições como as Universidades do Minho, Aveiro e Lisboa ocupam posições cimeiras no ranking de entidades mais ativas.
Já os Estados Unidos lideram como principal destino para pedidos de patente portugueses, seguidos pela Europa e China. O Brasil, embora continue relevante, enfrenta desafios como burocracia e complexidade tributária, limitando o crescimento no número de pedidos.
Apesar dos avanços, Portugal ainda tem um longo percurso até alcançar os líderes europeus, como Alemanha e França. Contudo, a tendência de internacionalização e o foco em inovação colocam o país em uma trajetória promissora, consolidando a propriedade industrial como um pilar estratégico para o desenvolvimento sustentável.
O Barómetro Inventa 2024 foi desenvolvido pela equipa da Inventa, incluindo especialistas como Vítor Sérgio Moreira e Marisol Cardoso, e reforça o papel das patentes como alavanca para a competitividade global de Portugal.