Volkswagen enfrenta desafios com a Porsche no mercado chinês com queda de vendas de 28%

As vendas da Porsche na China caíram 28% nos últimos 12 meses, uma queda que reflete o contexto económico delicado neste país, e causa desafios ao grupo alemão Volkswagen que detém a Porsche.

Apesar do crescimento de 5,5% no setor automóvel chinês, com 23 milhões de veículos vendidos, marcas locais como BYD, Xpeng e Geely estão a ganhar terreno, enquanto marcas estrangeiras, como Porsche e a sua empresa-mãe, Volkswagen, têm vindo a perder quota de mercado.

A Volkswagen, que tradicionalmente liderava as vendas na China, viu as suas vendas caírem 8,3% no país, numa altura em que as preferências dos consumidores se voltam cada vez mais para veículos elétricos e híbridos. A Porsche, por sua vez, registou 56.887 unidades vendidas no mercado chinês, contribuindo para uma queda global de 3% nas vendas da marca em 2024.

A estratégia da Porsche na China tem priorizado margens de lucro em vez do volume de vendas, recusando-se a entrar na guerra de preços travada por empresas como Tesla e BYD. No entanto, a abordagem pode estar a custar à marca uma parte significativa do mercado, num momento em que os consumidores procuram cada vez mais alternativas eletrificadas e acessíveis.

O impacto desta situação vai além da Porsche, afetando a Volkswagen no seu conjunto. Segundo o Financial Times, a queda das vendas na China pode levar a uma desvalorização de até 40% na participação acionista da família Porsche-Piëch, dona maioritária da Volkswagen, correspondendo a uma perda de 20 mil milhões de euros. Esta pressão económica ocorre num contexto de negociações para cortar custos e modernizar o portefólio da marca.

Apesar dos desafios, a Porsche continua a investir no lançamento de modelos elétricos, como a versão eletrificada do SUV Macan.

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