Sabe qual é a “felicidade de comer um queijo com tirosina”? Conheça o porquê do Queijo de São Jorge DOP ser especial
Os amantes de queijo têm, com certeza, na lista das suas preferências o da Ilha. Ou seja, dos Açores. O que muitos (ou talvez poucos) não sabem, é que no maior arquipélago português os tipos de queijo são diferentes.
Equiparar o queijo da Ilha ao de São Jorge, por exemplo, não faz sentido nenhum. Tudo porque as condições de cada uma das ilhas são díspares e isso faz com que o leite produzido pelas vacas apresente características completamente desiguais uns dos outros.
A acrescentar aos fatores da Natureza que conduzem a tipos de matéria diferente, existe outro elemento que é determinante no sabor e na textura: a cura. O novo Queijo São Jorge DOP, numa edição limitada, apresenta-se com, nada mais nada menos, que 40 meses de cura. Leu bem, três anos e três meses de cura.
António Aguiar, Presidente da União de Cooperativas Agrícolas de Lacticínios de São Jorge – Uniqueijo explica como nasce e cresce esta iguaria: “este produto foi laborado a partir de leite entregue na fábrica da Uniqueijo, no ano de 2021, de animais que pastam 365 dias por ano, 24 horas por dia. Trata-se de um queijo curado de pasta dura, com textura firme, produzido a partir de leite de vaca cru, de sabor e aromas intensos e ligeiramente picante, com uma cura mínima de 40 meses, sempre em tábuas de madeira.”
A exclusividade deste produto passa por detalhes tão simples como os cristais de tirosina, “também conhecido por queijo da felicidade. A felicidade de comer um queijo com tirosina é sentir a textura crocante dos cristais, provocando as papilas gustativas e derretendo na boca. O efeito psicológico não poderia ser outro: a tirosina cumpre um papel ativador das hormonas da tiróide, que combatem a ansiedade e a depressão.”
Nuno Ferreira, Diretor comercial e marketing da LactAçores, assume que a autenticidade das características do produto o torna, a nível comercial, único: “O Queijo São Jorge DOP é um queijo com características únicas, com produção exclusiva na ilha de São Jorge, mantendo a tradição há mais de 500 anos. Apenas nesta ilha, e dadas as suas condições edafoclimáticas, é possível obter o leite que garanta as especificidades deste queijo, que lhe valeu a Denominação de Origem Protegida (DOP).”
A limitação geográfica é, como já vimos, decisiva no êxito deste produto, mas não só: “o nível de qualidade e as características do queijo implicam uma produção controlada, pelo que a estratégia de edições especiais, nomeadamente de curas prolongadas, passa pela disponibilidade do leite. Queremos continuar a surpreender o consumidor, mas estamos a falar de um produto único e com limitações que o tornam ainda mais especial, mas que não permitem uma gama alargada. Contudo, não está excluída a possibilidade de apresentarmos novas edições especiais.”
O que é certo é que o Queijo São Jorge Dop foi lançado apenas no mercado nacional, com distribuição em superfícies comerciais e lojas especializadas, e as vendas têm corrido acima do expectável. “Há muito que nos pediam uma cura superior e, por isso, tínhamos consciência de que o Queijo São Jorge DOP 40 Meses iria ter uma boa aceitação. Esta é também uma época estratégica para a venda deste tipo de produtos, o que contribui para uma maior procura. Contudo, a maior surpresa foi a adesão do Chefs de cozinha a esta cura, cujo feedback tem sido bastante positivo.”
Alexandre Silva é um dos chefs para quem esta iguaria despertou especial interesse: “é, para mim, um dos melhores exemplos de um produto português genuíno, que consegue manter a autenticidade e a qualidade desde o início da sua produção, e que nos continua a surpreender. Esta é uma cura extraordinária, que tive o prazer de degustar e introduzir na cozinha do Fogo, que facilmente me inspirou a criar pratos que penso respeitarem esta iguaria tal como merece” explica.