DIGI: 5 razões para mudar para a nova operadora e 5 motivos para não o fazer
A nova operadora de telecomunicações está em Portugal há cerca de um mês. Um tempo (mais do que) suficiente para apurar se se deve ou não contratar os seus serviços. Certo é que, com a entrada da Digi no mercado nacional, a concorrência baixou os preços. Será então que, neste momento, vale a a pena mudar?
A DECO PROteste revela cinco motivos pelos quais, para já, pode ser melhor esperar para mudar e outros tantos que colocam esta marca em vantagem:
Razões para não mudar
Cobertura de fibra ótica não chega a todo o País
Embora a Digi ofereça pacotes com internet com velocidade de 1 Gbps e com serviço de televisão com cerca de 72 canais, ambos assentes na plataforma de fibra ótica, a verdade é que, atualmente, a cobertura de fibra ótica desta marca em Portugal ainda é um pouco limitada. Espera-se que esta vá aumentando de forma gradual, uma vez que a adesão a estes serviços só é possível nos locais onde a Digi conta com cobertura de fibra ótica.
A empresa já anunciou também que vai disponibilizar um tarifário com velocidade de 10 Gbps até ao final do ano. Esta velocidade corresponde à velocidade máxima que podemos encontrar atualmente nas ofertas da MEO, da NOS e da Vodafone.
A DECO PROteste ainda não testou a qualidade dos serviços da Digi já em funcionamento. No entanto, se a velocidade de internet por fibra ótica estiver próxima dos valores anunciados, é mais do que suficiente para garantir vários acessos em simultâneo, mesmo com utilizações mais exigentes, como a visualização de vídeos em plataformas de streaming, a navegação na internet ou a utilização de redes sociais.
5G só nas áreas urbanas
Outra das desvantagens que podem, para já, ainda pesar na decisão de mudar para este operador é a baixa cobertura de 5G fora das áreas urbanas. A cobertura 5G da Digi ainda só chega às áreas urbanas, na Grande Lisboa, no Porto e em algumas zonas do Algarve, estimando-se que não sirva mais do que 40% da população residente em Portugal.
Já para tecnologias como o 4G, por exemplo, a cobertura da Digi é de cerca de 93 por cento.
Box de TV com apenas funcionalidades básicas
Os serviços de televisão da Digi incluem box de TV, mas as funcionalidades oferecidas podem ficar aquém do que está habituado noutros operadores de telecomunicações.
Através da box de TV, ainda não é possível aceder às gravações automáticas, para ver tudo o que passou na TV nos últimos sete dias. A resposta a esse problema pode estar na disponibilização do acesso às apps para Android TV, Apple TV e para os sistemas operativos dos televisores Samsung (Tizen e ONE UI) e LG (WebOS), que irão permitir o acesso ao serviço de televisão, sem recurso a box. Além disso, através destas apps, poderá ser possível o acesso às gravações automáticas e a outras funcionalidades em falta na box de TV, um serviço que a DECO PROteste vai testar em breve.
Canais desportivos, CMTV e SIC fora do pacote
Outro problema deste operador é que o número de canais disponibilizados é, ainda, muito inferior ao que pode encontrar nos serviços de televisão das marcas principais dos três grandes operadores de telecomunicações a operar em Portugal (NOS, MEO e Vodafone). A Digi anuncia um total de 72 canais, como RTP, TVI, Disney Channel, Canal Panda, Canal Hollywood, Star Movies, National Geographic, 24 Kitchen ou CNN Internacional.
De fora estão, para já, canais que podem ser muito importantes para alguns consumidores: todos os canais da SIC (SIC, SIC Notícias, SIC Radical, SIC Mulher e SIC Caras), a CMTV, o NOW, o canal 11, os canais dos Benfica, do Sporting e do Porto e todos os canais da SportTV.
A DAZN (antiga Eleven Sports), por outro lado, pode ser subscrita, mas para poder ver os canais terá de usar a app do serviço da Digi, o que é outra das falhas da box TV oferecida pela marca.
Contudo, a maioria dos canais referidos (canais da SIC, CMTV, NOW, canal 11, etc.) estão igualmente ausentes das grelhas de canais das marcas low-cost (Uzo, Woo e Amigo) dos três principais operadores.
SMS pagos fora da rede
Os tarifários da Digi podem até ser dos mais baratos que existem no mercado atualmente. No entanto, é preciso referir que o envio de SMS para outras redes que não a Digi tem um custo de 2 cêntimos por mensagem. Se envia SMS com frequência, tenha em conta que este será, por isso, um custo adicional. Já dentro da rede Digi, o operador dá 1000 SMS gratuitos, incluídos nos seus pacotes.
Motivos para mudar
Internet fixa três vezes mais barata
De acordo com a análise da DECO PROteste, a maioria dos pacotes da Digi tem preços significativamente mais baixos do que os das restantes empresas de telecomunicações. Isto foi ainda mais evidente na altura do lançamento dos serviços da Digi em Portugal. Depois, houve uma resposta, sobretudo, através das marcas low-cost dos principais operadores (Uzo, Woo e Amigo), que, em alguns casos, conseguiram aproximar os preços dos seus tarifários às ofertas do novo operador.
Na internet fixa, a marca é imbatível, e os preços chegam a ser três a quatro vezes mais baixos do que os dos operadores tradicionais (como a MEO ou a Vodafone), para a mesma velocidade de download.
Uma conexão de internet fixa com 1 Gbps de velocidade de download custa 10 euros na Digi. Na MEO chega aos 40,99 euros. E isto com um prazo de fidelização de três meses, ao invés dos 24 meses dos principais operadores. No entanto, quando comparadas com as ofertas das marcas low-cost dos principais operadores, as diferenças dos tarifários da Digi ficam mais ténues, uma vez que existem ofertas muito semelhantes, por 15 euros, igualmente com três meses de fidelização.
100 GB de internet móvel por 5 euros
Os tarifários de internet móvel da Digi são muito mais baratos do que os oferecidos pelas principais marcas de telecomunicações. Atualmente, a Digi tem apenas a concorrência das marcas low-cost Woo e Amigo. Nestas, por apenas 5 euros por mês, os consumidores têm acesso a 100 GB de internet. A Uzo oferece 200 GB, mas custa 7 euros por mês.
Contratos sem fidelização
Quase nenhum serviço oferecido pela Digi tem período de fidelização, o que significa que, se não tiver satisfeito, pode mudar em qualquer momento, sem custos. O único serviço sujeito a fidelização é a internet fixa por fibra, com um período de fidelização de três meses.
Os grandes operadores de telecomunicações, como a MEO, a NOS e a Vodafone, têm os seus tarifários com preços mais competitivos sempre ligados a contratos de 24 meses, havendo depois uma diferença de preço significativa para os prazos de fidelização mais curtos, o que por vezes tem custos significativos para os consumidores que decidem mudar antes do fim desse tempo. Lembre-se, no entanto, de que, desde 2022, os consumidores estão mais protegidos nesta matéria. Existe uma plataforma que ajuda os clientes das empresas de telecomunicações a cessarem os seus contratos. Ao autenticar-se nesta plataforma, pode ficar a saber quais as condições do seu atual contrato e que valor terá de pagar se decidir, antecipadamente, terminar o contrato com o seu atual operador durante um período de fidelização.
Dados móveis acumuláveis no mês seguinte
Uma das vantagens anunciadas pela Digi é a possibilidade de gastar os dados móveis que não foram gastos no mês anterior assim que um novo ciclo de faturação começar. Assim, se ainda tiver dados móveis por gastar assim que começar um novo mês, pode acumulá-los.
Lojas físicas para atender os consumidores
A Digi tem já espalhados pelo País dez pontos de venda físicos, aos quais os consumidores podem aceder para esclarecer dúvidas sobre os serviços ou até obter apoio em caso de problemas. Estas lojas estão localizadas em Lisboa, Sintra, Amadora, Odivelas, Almada, Montijo, Setúbal, Matosinhos, Guimarães e Porto.