Proibir sacos de plástico grátis nos supermercados é mau para o planeta? Estudo admite que sim, saiba porquê

Em Portugal, a proibição de disponibilização de sacos de plástico gratuitos tem ocorrido faseadamente. Primeiro, em julho de 2021, entrou em vigor o decreto-lei que proíbe a disponibilização gratuita de sacos de caixa, independentemente do material, depois, em novembro de 2022, foi legislado que estava proibido comercializar uma série de produtos em plástico de uso único.

Inicialmente, a sua aplicação estava prevista para o início deste ano, limitando-se às embalagens de plástico ou multimaterial com plástico, mas o Governo decidiu adiar esse passo para julho de 2022.

Mais recentemente, em janeiro de 2024, as embalagens de alumínio ou multimaterial com alumínio também ficaram abrangidas por uma taxa de 30 cêntimos, assim como já eram as embalagens de plástico de uso único que sirvam para acondicionar refeições preparadas. Além disso, também os sacos de plástico muito leves, usados na venda a granel de fruta, pão e hortícolas são taxados em 4 cêntimos por saco.

Todas estas regras teriam como fim reduzir o impacto ambiental, no entanto, um estudo recente conclui que medidas de proibição de sacos de plástico poderão não ser assim tão benéficas.

O estudo, publicado no Journal of Marketing Research e divulgado pelo site Phys.org, analisou o que aconteceu nas cidades de Austin e Dallas, no Texas, conclui que a proibição dos sacos gratuitos provocou um aumento na compra destes, ou seja, o contrário do que era permitido.

De acordo com o relatório, muitos consumidores que reutilizavam os sacos de plástico para o lixo, passaram a comprar sacos precisamente para esse fim. “Em vez de consumir menos plástico, as pessoas acabaram por comprar mais”, afirmou o investigador que coordenou o estudo.

Apesar do aumento das compras dos sacos, o estudo conclui que a ligeira redução na utilização dos sacos acabaria por compensar o aumento da compra destes. Ou seja, ainda que os efeitos secundários não sejam os esperados, a longo prazo a medida mantém-se em terreno positivo.

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