Drummer: «Continuamos a olhar para a criatividade de uma forma muito pura»
Um ano e meio depois de ter sido criada a Drummer, unidade criativa da Lift, os seus directores criativos, Paulo Proença e Rui Sousa, sentem que está clarificada e solidificada a personalidade do projecto. Era, portanto, tempo de apresentar uma solução que o representasse esteticamente, mas que também fosse muito funcional do ponto de vista de conteúdo. «Arranjar tempo para trabalhar os nossos próprios cases nunca é fácil, por isso queríamos que o website nos oferecesse pelo menos alguma agilidade na forma de os apresentar», sublinha Rui Sousa sobre o desenvolvimento do novo site que hoje se torna público.
No novo website a Drummer apresenta alguns dos seus últimos trabalhos e dá a conhecer alguns dos projectos de branding, design gráfico, identidade visual, design editorial, digital e activação de marca. E se é verdade que a Drummer trabalha de forma integrada com todas as áreas Lift – relações públicas, public affairs, conteúdos, digital, redes sociais, influencer relations – e com os vários clientes que compõem o seu portefólio, «é também cada vez mais procurada por outras marcas que, não tendo vínculo com a Lift, recorrem directamente à Drummer pela sua abordagem criativa», comenta Ana Catarina Faustino, Managing partner da Lift.
Acompanhe a conversa com Rui Sousa e Paulo Proença, directores Criativos da Drummer, onde é feito um balanço destes primeiros 20 meses de actividade e deixadas pistas sobre o que esperar do futuro.
Quando foi lançada, a ambição para a Drummer era que viesse a representar 10 a 15% da facturação da Lift. Já estão nesses números?
Mantemos esse objectivo. Ao fim de 12 meses estamos nos 9%, pelo que já estamos perto!
Quais os projectos que destacariam como bons cartões-de-visita da Drummer nestes primeiros 20 meses de actividade?
Rui Sousa: Tivemos a possibilidade de trabalhar diferentes estilos criativos para marcas de diferentes sectores de actividade e, por isso, é difícil destacar uns projectos em detrimento de outros. Acho que o melhor convite que podemos fazer é visitarem o novo website – www.drummer.pt -, que evidencia a cultura e a abordagem da Drummer em projectos diversos.
O que distingue a Drummer de outras unidades criativas, agências ou freelancers no mercado?
Rui Sousa: Acredito que um dos aspectos diferenciadores é a forma como continuamos a olhar para a criatividade, de uma forma muito pura. A ideia, o conceito e a história surgem sempre em primeiro lugar, e isso é essencial para que sejamos capazes de criar uma narrativa diferenciadora para as marcas, capaz de explorar a originalidade e todo o potencial de expressão que possam ter.
A par disto, a irreverência, a estética, a atenção ao detalhe que colocamos em cada projecto que abraçamos. Ligando intuição e conhecimento, desafiando e saindo de lugares-comuns, sem nunca abandonar o “saber ouvir”.
Depois, o facto de trabalharmos de forma integrada com todas as áreas da Lift e com os vários clientes que compõem o portefólio é, sem dúvida, uma mais-valia para as marcas. Acreditamos que é a combinação de todas estas dimensões e de uma estrutura que serve todas as valências da criatividade que nos torna diferenciadores.
Paulo Proença: Para além do que o Rui já referiu, acredito sem dúvida que o que nos diferencia uns dos outros é a forma como pensamos, como esses pensamentos conseguem encontrar a dose certa de equilíbrio entre o racional e a parte impulsiva da criatividade, que por vezes nasce de um lugar incerto.
Que áreas ainda não tiveram oportunidade de trabalhar, mas gostariam a breve prazo?
Paulo Proença: Neste ano e meio trabalhámos um pouco de tudo, mas procurámos focar-nos em branding, porque foi esse o racional por detrás da criação da Drummer – o trabalho de criação de uma marca torna-nos uma parte integrante da sua origem, das suas bases, e é aí que nós queremos estar. Porque quando construímos uma marca fazemo-lo com uma visão de futuro, com caminhos abertos para explorar outras vertentes como as campanhas, o editorial, as activações, o web design, etc. Mas por vezes esse trabalho também nos chega através destes últimos. É um bom trabalho em editorial que leva o cliente a consultar-nos para um rebranding, por exemplo. E este ano foi muito profícuo nisso. Ainda assim, gostaríamos de reforçar a área de campanhas e activações no nosso portefólio.
E ao nível de sectores de actividade de clientes, quais gostaria de trabalhar nos próximos meses?
Rui Sousa: Nós movemo-nos sobretudo pelo desafio, não tanto pelas áreas de trabalho ou pelo nome do cliente. Fazemos projectos maiores e menores com a mesma intensidade e dedicação. Por isso, o que queremos mesmo é continuar a criar coisas que nos tragam motivação e que nos desafiem, a nós e aos clientes que valorizam a criatividade como fator crítico de sucesso para as suas marcas.
Neste último ano fizemos activações e campanhas sobretudo nas áreas de Grande Consumo, Hospitalar e Saúde Pública, Reciclagem, e fomos desafiados para criar as marcas de alguns projectos de imobiliário, que acabaram por trazer com eles a oportunidade de rebranding das empresas que os desenvolveram. Até ao final do ano ainda apresentaremos um grande trabalho de branding e re-posicionamento estratégico que estamos a terminar com um dos melhores e mais diferenciadores grupos de arquitectura do País. Vamos também terminar dois projectos na área editorial que nos estão a dar um prazer enorme.
Paulo Proença: O foco tem sido sempre em elevarmos a qualidade do nosso trabalho, independentemente do sector de actividade, quer sejam projectos de pequena ou de grande dimensão.
A Drummer trabalha também para clientes que não sejam ainda clientes de outras áreas da Lift? Qual o peso desses clientes no vosso volume de negócios?
Sim, trabalhamos clientes que nos procuram directamente nas mais variadas valências da criatividade, representando hoje cerca de 40% do volume de negócios da Drummer.
Já aconteceu entrarem clientes para outras áreas da Lift via Drummer?
Rui Sousa: Sim. O negócio direto para a Drummer já resultou na venda posterior de outros serviços Lift, e essa é também uma das vantagens da estrutura e do modelo de integração.
Que crescimento teve a equipa nestes 20 meses? Quais as áreas que foram reforçadas e porquê?
Paulo Proença: A equipa foi estruturada de início para este primeiro ano de actividade, tendo, entretanto, havido um reforço em design e em gestão de projecto, com a contratação de duas pessoas seniores. Acreditamos ter, neste momento, a equipa certa e adequada às necessidades dos nossos clientes.
Existe o hábito de recorrer a colaboradores externos para projectos específicos?
Paulo Proença: Já aconteceu, ao longo deste ano, mas de forma muito pontual.
O que levou a Drummer a lançar, agora, um novo website? O que estava a faltar?
Paulo Proença: Penso que um ano de existência acabou por clarificar ou solidificar parte da nossa personalidade e a forma como queremos ser percepcionados. Trabalhámos projectos que nos permitiram mostrar vários estilos criativos e, por esse motivo, fez-nos sentido lançar este novo capítulo digital.
Rui Sousa: Acho que sempre que queremos criar coisas para nós próprios o processo é sempre mais complexo, mais criterioso, mais crítico. Queríamos uma solução que nos representasse esteticamente, mas que fosse também muito funcional do ponto de vista de conteúdo. Arranjar tempo para trabalhar os nossos próprios cases nunca é fácil, por isso queríamos que o website nos oferecesse pelo menos alguma agilidade na forma de os apresentar. Trabalhámos com o nosso querido amigo David Cabrita numa espécie de Reel que nos ajuda a promover também este relançamento e estamos todos muito satisfeitos com o resultado final.
O que pretendem transmitir com a assinatura de marca, “Beat the Current”?
Paulo Proença: Uma forma desafiadora de abordar cada novo desafio, avessa à normalidade e ao standard. É esse o posicionamento da Drummer.
O que se pode esperar da Drummer para os próximos 20 meses?
Rui Sousa: O foco é terminar os projectos de 2024 que temos actualmente em mãos, com o nível de qualidade e curadoria com que nos comprometemos desde o minuto 0, para que os nossos clientes sintam orgulho e entusiasmo em continuá-los no futuro, tal como nós estamos agora no processo de criação. Depois avançar para 2025 com o mesmo entusiasmo, a mesma garra, a mesma paixão e o mesmo nível de entrega, fazendo sempre mais e melhor. Continuar a crescer em número de projectos, exposição nacional e internacional e, no meio disto tudo, manter uma equipa saudável e envolvida, que é para nós muito importante.
Paulo Proença: Potenciar a marca Drummer na consciência nacional, para sermos uma referência quando os clientes procuram uma agência criativa, e ao mesmo tempo conseguirmos atrair talento. Continuar à procura de projectos mais exigentes, mais ambiciosos, mas que continuem a dar-nos muito prazer.
A Drummer conta já com prémios de design/criatividade?
O foco neste ano e meio foi, sobretudo, de posicionamento, construir e solidificar os alicerces da marca, criar cultura criativa e um bom portefólio que reflectisse a nossa identidade e abordagem criativa, e não tanto a candidatura a prémios. Mas é algo em que queremos investir cada vez mais daqui para a frente, nacional e internacionalmente. Ainda assim, somamos já um prémio e uma menção honrosa para a marca Drummer nos Prémios Design M&P, em Auto-promoção e em Branding, um Bronze para o projecto Homeless Entrepreneur no último Festival do CCP, na categoria de Causas Sociais, projecto este que recebeu ainda uma menção honrosa nos SABRE Awards 2024.
Texto de Maria João Lima