Amazon pode ser responsabilizada por produtos perigosos vendidos na plataforma

Um regulador de segurança dos EUA anunciou ontem que votou por unanimidade para responsabilizar a Amazon por produtos defeituosos ou perigosos vendidos por terceiros na sua plataforma. A Comissão de Segurança de Produtos de Consumo dos EUA (CPSC) descobriu mais de 400 mil produtos defeituosos vendidos no site e na aplicação da marca, que a gigante do retalho online deve recolher ou enfrentar consequências legais.

A decisão, revela a CNN Business, surge após anos de batalhas legais sobre quem deve ser responsabilizado por produtos vendidos por vendedores independentes na Amazon. Em Janeiro, a empresa revelou que mais de 60% das vendas nas suas lojas provém de vendedores independentes. No entanto, a CPSC argumenta que a Amazon, ao actuar como distribuidora desses produtos, deve garantir a segurança dos consumidores.

Os produtos identificados como perigosos incluem detectores de monóxido de carbono que não funcionam, pijamas infantis inflamáveis e secadores de cabelo que podem electrocutar pessoas se caírem na água. A CPSC criticou a Amazon por não ter notificado adequadamente o público sobre esses perigos e por não ter tomado medidas suficientes para encorajar os clientes a devolverem ou destruírem os produtos.

“A Amazon falhou em notificar o público sobre esses produtos perigosos e não tomou medidas adequadas para encorajar os seus clientes a devolvê-los ou destruí-los, deixando assim os consumidores em risco substancial de lesões,” afirma a CPSC num comunicado.

Em resposta, a Amazon expressou decepção para com a decisão e anunciou planos para recorrer. «No caso de uma recolha de produto na nossa loja, removemos os produtos afectados prontamente após recebermos informações das agências de recolha, e continuamos a procurar formas de inovar em nome dos nossos clientes», disse um porta-voz da Amazon.

A agência, que processou a Amazon pela primeira vez em 2021, agora exige que a empresa desenvolva e apresente um plano para notificar os consumidores sobre os perigos dos produtos e para fornecer reembolsos ou substituições.

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