Boicote do Carrefour e novos hábitos de consumo abrandam crescimento da PepsiCo

O mercado não tem sido simpático para a PepsiCo que, apesar de ter conseguido crescer durante o período inflacionário que afectou praticamente todos os sectores em todo o mundo, ficou abaixo dos resultados previstos na primeira metade deste ano. De acordo com o Cinco Días, a empresa liderada pelo espanhol Ramón Laguarta aumentou as suas vendas apenas 0,8% no segundo trimestre do ano, para 22.5 mil milhões de dólares (20,7 mil milhões de euros), e 1,5% na primeira metade do ano, para 40.7 mil milhões de dólares.

Isto deve-se a mudanças nos hábitos dos consumidores, retirada de produtos nos EUA e à guerra com o Carrefour em França. Como tal, a empresa pretende ajustar as suas estratégias comerciais e fazer investimentos para tentar estimular o crescimento, especialmente nos snacks e alimentos de conveniência nos Estados Unidos.

“As persistentes pressões inflacionárias e o aumento dos custos dos empréstimos nos últimos anos dificultaram as condições financeiras das famílias”, admitem os directores da empresa aos analistas. “Em consequência, a evolução anual de muitas categorias de alimentos, incluindo os snacks, tem sido moderada e os consumidores tornaram-se mais conscientes do valor dos seus padrões de consumo e preferências em marcas, embalagens e canais.”

Na América do Norte, os volumes da PepsiCo caíram tanto em alimentos como em bebidas, e a empresa continua afectada pela grande retirada de produtos da marca Quaker Oats que começou no final do ano passado.

Na Europa, o conflito que opôs a empresa ao gigante francês da distribuição Carrefour continua a prejudicar as vendas no conjunto do primeiro semestre. No segundo trimestre, a queda das vendas em França tanto de alimentação como de bebidas situou-se em torno dos 5%. No conjunto da primeira metade do ano, a descida é de cerca de 10% em alimentação e de mais de 10% em bebidas, embora a empresa não forneça números concretos.

No início do ano, o retalhista francês anunciou que ia deixar de comercializar produtos da PepsiCo nos seus supermercados em França, como forma de protestar contra o aumento dos preços que apelidou de “inaceitáveis”.

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