A Coca-Cola e a Pepsi (mas não só) prometeram sair da Rússia. Dois anos depois ainda lá estão
Muitas foram as marcas que depois de 24 de Fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia, prometeram abandonar o território como protesto. Porém, algumas delas – de grande dimensão – continuam presentes no mercado russo passados estes dois anos de guerra.
Em 2022, a Coca-Cola pediu aos parceiros na Rússia para retirarem as suas latas e garrafas das lojas, cessarem as entregas e pararem de produzir as suas bebidas. Mas o conhecido logotipo continua a circular em supermercados e restaurantes por todo o país, importado de países vizinhos como a Geórgia e o Cazaquistão.
De acordo com a Bloomberg, foi recentemente introduzida no mercado uma bebida que dá pelo nome de Dorby Cola que, além de ser vendida em latas vermelhar semelhantes às da Coca-Cola, tem um sabor quase indistinguível da original. Desta forma, a marca que é símbolo de liberdade no Ocidente continua a ser o principal fabricante de refrigerantes na Rússia.
A mesma fonte explica que, após a invasão, a Rússia aprovou uma lei permitindo que produtos de fabricante fossem vendidos sem o consentimento do proprietário da marca. Com camiões a transportar inúmeras caixas através da fronteira, os russos com vontade de consumir “a verdadeira” ainda podem obtê-la. Só essas importações fizeram da Coca-Cola o terceiro refrigerante mais popular na Rússia, com 6% do mercado, segundo a Prodazhi.
Também a PepsiCo afirmou em 2022 que tinha parado a produção e a venda de Pepsi, Mountain Dew e 7Up na Rússia, mas a Pepsi lançou uma nova cola chamada Evervess. Em 2023, as vendas de bebidas da unidade russa aumentaram 12%, para 209 mil milhões de rublos (2,3 mil milhões de dólares), segundo os seus relatórios às autoridades fiscais locais. E a receita do seu negócio de alimentos para bebés e lacticínios aumentou 10%, para 129 mil milhões de rublos no ano passado.
Em dois anos, foram mais de mil as multinacionais a afirmar a sua vontade em reduzir as operações na Rússia, mas muitas continuam lá presentes. A Unilever e a Nestlé, que contam com grandes centros de produção no país, mostraram-se relutantes em sair devido à taxa de saída exigida pelo Kremlin.
A Carlsberg e a Danone viram os seus activos apreendidos quando tentavam sair do mercado, mas a segunda conseguiu eventualmente negociar a venda a uma empresa aceite pelo governo. O retalhista alimentar Auchan, o Benetton Group e a Subway continuam a operar na Rússia sem planos aparentes de reduzir as operações.